segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Exposição Claude Monet

Femme au jardin
Faz 30 anos que Claude Monet, um dos mais importantes pintores do impressionismo, não recebe uma homenagem como a mostra que está atualmente em cartaz no Grand Palais, em Paris. Organizada pela Reunião de Museus Nacionais e pelo museu D'Orsay, a exposição traz mais de 150 obras do artista vindas de diversos museus da França, como L'Orangerie, Louvre, Petit Palais, Luxembourg, Beaux-Arts André-Malraux, entre outros.

A exposição, dividida em 17 seções, como Fontainebleau, Normandie, Paris, Méditerranée, Natures mortes, entre outros, retrata os 60 anos de sua carreira, desde o início dos anos 1860, passando por seus últimos quadros, como o ciclo das Ninféias, do museu L'Orangerie, até sua morte, em 1926. 
 
Ao sair de Paris, em 1883, o artista se mudou para Giverny, uma cidade que fica na Normandia e onde funciona atualmente a Fundação Monet. Ao lado de artistas como Edouard Manet, Auguste Renoir, Edgar Degas, participou do movimento no fim do século 19 que ficou conhecido como impressionismo. Foi um quadro seu, aliás, que batizou: "L’Impression, soleil levant", que não está na exposição, mas pode ser visto no museu Marmottan Monet.

En Norvégienne
Sua arte transformou a prática e a compreensão da pintura e da paisagem. Durante todo o tempo, Monet nunca perdeu de vista a variedade de sensação, de modo que pintou uma mesma paisagem em diversos horários e em diferentes épocas do ano, para variar a luz que incidia sobre o local.

Em 1890, ele colocou fim às controvérsias, uma vez que se tornou, tanto na imprensa nacional quanto internacional, um dos principais pintores de paisagem na França, ainda que o Estado nunca tenha comprado nenhum quadro seu. Suas obras, no entanto, se vendem bem não apenas na França, mas também a colecionadores americanos, sempre os mais numerosos.

A mostra pode ser acompanhada de audioguias em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. O catálogo da exposição, com 384 páginas e 300 ilustrações, custa 50 euros. A visitação está aberta todos os dias até 26 de janeiro, das 10h às 22h, sendo terça-feira até 14h e quinta, até 20h. Durante as férias escolares, o horário passa a ser das 9h às 23h, exceto dia 25 de dezembro. A entrada custa 12 euros.

Galeries nationales du Grand Palais 3, avenue du Général-Eisenhower, 75008, Paris, tel.: 01 44 13 17 17, www.monet2010.com

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Hôtel Lutetia, Paris

Vista voltada para a Torre Eiffel

Para comemorar seu centenário, o luxuoso hotel Lutetia, em Paris, está tendo e ainda terá um ano cheio de festividades. Entre as comemorações, lançamento do livro ilustrado com fotos antigas que dão conta de apresentar a história do empreendimento que se confunde com a própria cidade (e o país, uma vez que o Lutetia passou por duas grandes guerras), selo de colecionador, champagne Taittinger personalizado (50% de Chardonnay e 50% de Pinot Noir), perfume d’Empire (com notas de vanila de Madagascar e patchouli da Índia). Na parte de gastronomia, os Menus Centenaires são preparados especialmente para a ocasião pelo chef Philippe Renard nos restaurantes Paris e Brasserie Lutetia.

Marilyn Monroe foi retratada por Vik Muniz
Neste centenário, o Lutetia, que tem o mesmo nome com o qual Paris foi batizada pelos celtas, seus primeiros habitantes, faz também uma homenagem a quatro artistas, incluindo o brasileiro e habitué Vik Muniz. Isso porque uma das suítes, que representa a América do Sul, é dedicada a ele e, portanto, é enfeitada com fotos de suas obras. Entre os destaques, Brigitte Bardot em diamantes, da série Diamond Divas; Marilyn Monroe de chocolate, vendida em leilão da Sotheby’s por mais de R$ 500 mil; e a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, formada com peças de quebra-cabeça.

A construção do hotel, que durou três anos, teve a direção de dois grandes arquitetos da época: Louis Hippolyte Boileau e Henri Tauzin. A grande festa de inauguração do prédio art déco aconteceu em 28 de dezembro de 1910. O objetivo dos donos, porém, era hospedar principalmente os compradores do Bon Marché Rive Gauche, também de sua propriedade. A fachada, quando foi concebida, deveria dar o tom e refletir o caráter de prestígio do estabelecimento e, para tanto, foi confiada aos escultores Léon Binet e, em seguida, a Paul Belmondo (o pai do autor), que deram o toque art déco.

Ao todo, o hotel oferece 60 suítes e 230 acomodações mantidas no estilo clássico dos anos 1930. Em um dos quartos, que é conhecido como europeu, a vista é para o Bon Marché e a decoração é toda art déco, incluindo móveis originais de 1910. Um exemplo temático é a suíte Littéraire, que contém uma grande estante repleta de livros à disposição do hóspede. Na área comum, oito salões, sendo um de baile com obras de arte por todos os lados. No restaurante Paris, a tabble Baccarat é exclusiva e composta por cristais da marca francesa, com todo o colorido que se pode ter. Quem prefere sentir a efervescência francesa, nada como a Brasserie Lutetia.

História mundial
De 1914 a 1918, o hotel foi solicitado pelas autoridades em consequência da Primeira Guerra Mundial. Porém, como está localizado à margem esquerda do rio Sena, na Rive Gauche, espaço muito tempo frequentado por amantes da boemia e por intelectuais, como Benjamin Constant e Victor Hugo, o hotel também teve a presença desses ilustres, como Antoine de Saint-Exupéry (autor de O Pequeno Príncipe), o pintor Matisse, assim como inúmeras outras personalidades, como Catherine Deneuve, a eterna Belle de Jour. E, nos anos 1930, o Lutetia se transformou em ponto de encontro do mundo literário, como o escritor francês e ganhador do prêmio Nobel Roger Martin du Gard.

Nos anos 1940, foi a vez de os alemães ocuparam o local, já que no mundo explodia a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, o general Charles de Gaulle ajudou para que os estrangeiros fossem deportados a partir da Gare D’Orsay. De 1950 a 2000, o hotel pertenceu à família Taittinger, a mesma que fabrica um dos champagnes mais famosos da região. Pertencente ao grupo Hôtels Concorde desde 1973, o Lutetia passou a ser de um grupo americano Starwood Capital. Em 2010, como as pessoas costumavam fumar no bar e já não é mais permitido, o Lutetia inaugurou o fumoir, espaço para os amantes do tabaco e, como definem, é uma verdadeira viagem ao coração de Havana, em Cuba. Outro destaque é o SPA Lutetia, que propõe menu de serviços destinados ao bem-estar.

Arte e luxo

Bar do hotel, onde acontecem os concertos de jazz

Um passeio pelos corredores do hotel é uma viagem ao tempo, é presenciar a história viva do século 20, mesmo que você não pertença àquele país. É poder conhecer um pouco como as pessoas viviam, o que usavam, o que pensavam... E o melhor: poder usufruir de tudo aquilo e saber que muitas coisas permanecem mais vivas do que nunca!

O Lutetia respira jazz, arte e reflete a vibração do arrondissement onde está localizado, o sexto, a efervescência literária e artística das pessoas e dos escritores, músicos, artistas plásticos que ocupam as mesas dos cafés dos arredores para ler, escrever, pensar, discutir suas ideias sociais e política de cada época. O endereço é também rodeado por maisons de luxo de moda, beleza e bem-estar. Também ali perto estão museus como o Rodin, o Luxembourg, além do jardim de mesmo nome. Bem pertinho ao hotel estão charmosos bares, bistrôs, brasseries e restaurantes premiados.

Obra de arte
Prova das manifestações artísticas do hotel são as esculturas e as obras de arte espalhadas pelo lobby e pelos corredores do hotel. Entre eles, a escultura em homenagem a Gustave Eiffel. No corredor entre o lobby e o bar há exposição que é trocada a cada semana por conta da comemoração do centenário. Da janela, é possível avistar o principal símbolo da Cidade Luz, a Torre Eiffel.

O endereço é também local aonde as pessoas vão para ouvir e apreciar o jazz. O chef concierge do hotel, Jean-Luc, que está lá há 38 anos, diz preferir a parte da noite, quando a “luz se torna mais doce e quando tocam o jazz em um ambiente silencioso. É então quando o tempo parece ser suspenso, é como se estivesse entre dois mundos”. Além dele, outros funcionários estão há bastante tempo na casa, como o mensageiro Mohammed, há 30 anos, ou o maître Camille, há 20.

Entre os hóspedes, o mais comum é ver norte-americanos, asiáticos, de maneira geral, mas também franceses e europeus. Os brasileiros já descobriram o Lutetia e compõem uma fatia pequena de ocupação, de 7% (principalmente vindos de São Paulo e Rio de Janeiro), mas que vem crescendo a cada ano. É que de bom gosto e bom atendimento todo mundo gosta. E se acostuma fácil!

Hotel Lutetia 45, boulevard Raspail, 75006, Paris, tel.: 0-800-050-011

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

La Mansión, Buenos Aires

Fachada da La Mansión
Era uma mansão na rua Cerrito, em Buenos Aires, construída em 1916 pelo arquiteto Robert Prentice, sob encomenda de Felix de Alzaga Unzué, onde moraria com a sua noiva, Elena Peña. Hoje em dia é chamada de La Mansión, e faz parte da propriedade do hotel Four Seasons Buenos Aires desde 2001.

Ao todo, o casarão com forte influência francesa de Louis XIII oferece ao hóspede sete suítes, cinco salões de banquete, que podem ser alugados para ocasiões especiais, tal como no tempo em que Madonna esteve na capital argentina para o lançamento do seu longa-metragem Evita, sobre a vida de uma das figuras mais importantes do país, Eva Péron. Mas não foi apenas a musa do pop que esteve lá aproveitando a decoração Belle Époque rodeada de mármore importado. Outras personalidades também ocuparam o local, como: Michael Jackson, a atriz Catherine Zeta-Jones, o ator Hugh Grant, além dos brasileiros Fernando Henrique Cardoso, Xuxa e Pelé. Se quiser, também pode se hospedar aqui: a diária da suíte custa oito mil dólares. Ou simplesmente degustar o brunch, repleto de doce de leite e outros quitutes saborosos, que é servido todos os domingos, das 12h às 16h.

Salão l'Été é pintado de ouro 18 quilates
Com elementos arquitetônicos espanhóis, a casa levou três anos para ficar pronta. Os tijolos e as pedras para a fachada principal e para o exterior foram importadas de Paris. No saguão de entrada, iluminado por uma claraboia central arredondada, há uma escadaria de mármore e um vitral. As colunas de mármore, as molduras no teto trabalhadas e a parede de mármore (sendo metade de Carrara, metade de carvalho esloveno) completam a decoração. O salão principal é pintado de ouro 18 quilates, uma ostentação sem tamanho, mas muito comum para a época, principalmente porque Buenos Aires, no início do século 20, era conhecida como a “Paris da América do Sul”.

No primeiro andar, dois quartos principais, cada um com closet e banheiro privativo, tudo em mármore rosa português bege e verde claro. E um deles tem estilo inglês, embora o restante seja francês. As sete suítes do primeiro andar foram redecoradas para refletir a elegância experimentada pelo restante do local e apresentam um estilo neoclássico francês aperfeiçoado com tonalidades contemporâneas para completar o design confortavelmente elegante. As suítes Royale favorecem um estilo próximo ao Belle Époque italiano e as suítes do segundo andar incorporam estilo mais íntimo, utilizando projetos provinciais franceses, com estofamento da época, como Toile de Jouy, usado em painéis de paredes e tecidos.

Imponente escada na entrada
Já a suíte presidencial tem nada menos que 200 metros quadrados. A sala de banho, toda de mármore de Carrara, ganhou misturador de ouro. E há dois: um para ele e outro para ela, ambos com orquídeas na decoração. O closet tem armário para roupa de verão e outro para inverno, simples assim. Embora a mobília não seja original, uma vez que depois que a família se mudou, muita coisa precisou ser refeita e restaurada, foi toda adquirida de antiquário. 

A restauração aconteceu em 2007 e, como dizem, foi para transformar o hotel “da Belle Époque ao Wi-fi”. Ou seja: alta tecnologia para acesso a internet, além de televisores modernos, de LCD, mas, claro, sem perder todo o charme e a história que estão impressos na decoração, no ambiente, no serviço. Os espaços para reuniões, onde estão os afrescos, as colunas, os mármores e as superfícies de pedra parisiense original, adornados com detalhes de folhagem dourada, foram todos repaginados. Assim como o lustre das pedras de carvalho e cedro e o teto em estuque, comparados aos da Casa de Ópera de Colon, e, para tanto, foram utilizadas técnicas de limpeza. Para enriquecer os detalhes arquitetônicos do interior, assim como para melhorar a funcionalidade, nova iluminação foi incorporada.

A viagem no tempo é um dos pontos altos de La Mansión. E o melhor: bem pertinho daqui!

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A jornalista Tatianna Babadobulos viajou a Buenos Aires a convite do Silversea, do hotel Four Seasons Buenos Aires e da British Airlines

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Olímpia, Grécia

Templo dedicado a Hera, deusa da família e do ciúme, irmã e esposa de Zeus
Ao pensar em Olimpíada, o que vem à sua mente? Esse que é um dos eventos esportivos mais importantes do mundo começou muito antes de o Brasil ser descoberto. Aliás, muito antes mesmo. Os primeiros Jogos Olímpicos aconteceram em 776 a.C. em Olímpia, localizada a 360 quilômetros do aeroporto internacional de Atenas, capital da Grécia. E, como se pode imaginar, foi justamente por conta deste santuário que a competição, que acontece a cada quatro anos, recebeu o nome de Olimpíada.


São muitos os motivos para conhecer o local, não apenas por sua importância histórica e tudo o que se pode conhecer e aprender em uma visita. Só a paisagem do trajeto já vale a viagem. Apesar de haver trens que saem todos os dias da capital, alugar um carro pode ser uma boa pedida. Isso porque, no caminho, é possível fazer uma pausa no Canal de Corinto, que tem pouco mais de seis quilômetros de comprimento e liga o golfo de mesmo nome ao mar Egeu, tornando o Peloponeso uma ilha. A construção foi feita para facilitar a navegação, para que as embarcações não precisassem dar uma volta imensa de 400 quilômetros. Embora sua escavação tenha começado no século 1, quando o imperador romano Nero ordenou, o projeto só foi concluído em 1893.


Ainda que sejam realizados passeios de barco turísticos no Canal, a vista do alto, ou seja, da própria estrada, já vale a pena, principalmente por conta do azul turquesa do mar.

Aos aventureiros radicais, uma dica: no Canal de Corinto são realizados saltos de bungee jump com a equipe Zulu Bungy. Durante o outono europeu e quando é considerada baixa temporada, o local está aberto aos finais de semana, exceto quando está chovendo. O salto custa 60 euros e, com mais 10 euros, você tem o seu salto gravado em DVD. E, como dizem os instrutores, só é preciso estar pronto, pois as informações e as instruções são conseguidas na hora.

Voltando no tempo
No início, a Olimpíada era um festival religioso realizado em homenagem a Reia, mãe de Zeus, o deus dos deuses. Depois, a festa passou a ser realizada para honrar e agradar o próprio Zeus e as pessoas se reuniam durante cinco dias, a cada quatro anos, para fazer oferendas e celebrar deuses e heróis mitológicos. A reunião era também para assistir aos jogos, uma vez que, durante a comemoração, eram realizadas competições de lutas, corridas de cavalos e carruagens e pentatlo (salto em distância, corrida, arremesso de disco, lançamento de dardo e luta livre).

No entanto, cerca de 400 anos depois, em 392 a.C., Roma julgou o evento como uma festa pagã e destruiu o santuário para acabar com a brincadeira. Os Jogos Olímpicos, portanto, só foram retomados, na Era Moderna, em abril de 1896, quando foram realizados em Atenas. Na ocasião, competiram 311 atletas de 13 países.


Além do esporte
Com tantos tesouros da arte grega, tais como monumentos, estátuas e objetos de mármore, a cidade é um verdadeiro museu a céu aberto. Aliás, há o aberto e o fechado, cujas peças foram recolhidas na própria cidade e levadas para o Museu Arqueológico de Olímpia, aberto para a Olimpíada de Atenas, em 2004. O evento recebeu 10.500 competidores vindos de 201 países, e consumiu 6 bilhões de euros. Na ocasião, as provas de arremesso de peso aconteceram em Olímpia.

No museu é possível conferir, em seis idiomas, a história dos Jogos Olímpicos, em ordem cronológica, desde a pré-história até o início da Era Cristã. Há troféus de louros, estátuas de mármore, coleções de bronze e de terracota e toda sorte de objetos que fizeram parte das olimpíadas de todos os tempos. Entre as coleções, há ornamentos do Templo de Zeus que datam do século 5 a.C. Mas uma das obras que mais chamam atenção é o busto de bronze do deus, em cuja parte inferior há uma cena gravada dele juntamente de Apolo. Com entrada gratuita, além de objetos, há uma parte multimídia.

No Sítio Arqueológico, que fica do outro lado do rio, o passeio no meio das ruínas é ao longo do ginásio, que ainda não foi descoberto em sua totalidade. Para se ter uma ideia, a academia onde os jovens atletas treinavam também era o local onde eles aprendiam filosofia. Afinal de contas, estamos falando do berço da civilização ocidental e de onde viveu Sócrates, pai da filosofia.

As escavações que começaram no século 19 em Olímpia ainda continuam. A primeira começou em 1875, liderada pelo governo alemão. Os arqueólogos escavaram a parte central do santuário, incluindo os templos de Zeus, Hera, Metroon, Bouleuterion, Philipeion, Palaestra etc., e os objetos encontrados somam 14 mil unidades.

O Templo de Zeus é a mais importante construção e é considerado por muitos como o mais perfeito exemplo da arquitetura dórica. Atualmente, apenas uma coluna foi reconstituída e restaurada para ficar totalmente pronta para a Olimpíada de Atenas.

Outro templo importante é o dedicado a Hera, deusa da família e do ciúme, irmã e esposa de Zeus. É no seu templo o local onde é acesa a tocha olímpica antes do início dos jogos atuais.

Uma vez lá, aproveite para caminhar, sem pressa, entre as diferentes áreas, que são cobertas por árvores repletas de pássaros cantando. O bosque sagrado de Zeus, ou Altis como os antigos o chamavam, possui plátanos e oliveiras dedicados a ele.

Embora a cidade seja pequena e dê para visitá-la em um único dia, passear pelos museus de uma vez pode se tornar entediante. Portanto, se não der para ir a todos, não se afobe. Fique uma noite hospedado por ali e volte no dia seguinte. Se os dias no país estiverem apertados, relaxe e veja o que for possível, contente-se com pouco, mas com qualidade. Assim, o passeio e a aula de história que vem embutida não se tornam um estorvo, mas um programa infinitamente prazeroso.
 
Como chegar
A partir de Atenas, é possível ir para Olímpia de:

Trem – O trem viaja pela rota Atenas-Patras-Pyrgos e deve ser tomado na Stathmos Peloponnisou (estação Peloponeso). De Atenas, tome a linha C para a cidade de Pyrgos, que fica a 17 quilômetros de Olímpia. Informações: (210) 51-31-601

Ônibus – Os terminais de ônibus ficam na Kifissou street 100 (também chamada de Stathmos Kifissou). Lá, peça um tíquete para Olímpia (em grego, Arxaia Olympia). Informações: (210) 51-34-110

Carro – Há duas rotas. A considerada mais fácil é via Patras: Patras, Pyrgos e Olímpia. A mais difícil, mas com a melhor paisagem, é via Vytina, e são 30 quilômetros a menos. A direção é Trípolis e Corinto, mas depois do túnel há a direção para Olímpia através das montanhas de Arcádia.

Atrações
Bungee Jump – Saltos radicais no Canal de Corinto com equipe Zulu Bungy. Informações: (30) 274-104-9465 / (30) 6932-70-25-35

Museu Arqueológico de Olímpia – Um dos mais importantes museus da Grécia, apresenta uma longa história dos mais celebrados santuários da Antiguidade, além do templo de Zeus, deus dos deuses. Informações: (30) 262-402-2529

Sítio Arqueológico – É o museu a céu aberto de Olímpia e o local onde, de fato, aconteciam os Jogos Olímpicos. Lá é possível conferir as ruínas do ginásio e dos templos importantes, como o de Zeus e de Hera.
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(Leia a matéria completa e veja as fotos publicadas originalmente no UOL.) 

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Paris, além da Torre Eiffel

Paris pode ser muito mais que a Torre Eiffel
Melhor do que ir a Paris, é voltar a Paris. Isso porque, na primeira vez, tem-se a obrigação de fazer alguns passeios, conhecer o trivial. Mas ver tudo na estreia é impossível, até porque a cidade oferece diversas opções de cultura e entretenimento que quatro dias, uma semana, não são suficientes. Portanto, voltar a Paris é ter novamente a oportunidade de continuar de onde se parou, de rever os melhores momentos e de explorar tantos outros.

Pont Alexander III: uma das mais belas sobre o Sena
Então, nada de Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Museu do Louvre. Quando se volta a Paris, é a oportunidade de visitar cafés e restaurantes da moda, fazer compras, passear, passear, passear. E, quando quiser dar uma parada para descansar, ou simplesmente fazer nada, caminhe à margem do Rio Sena, contemple suas pontes (a Alexandre III é linda!, a des Arts é mítica), escolha um dos lindos parques e jardins, acomode-se em um dos bancos do Jardin des Tuileries, do Jardin du Louxembourg, da Place des Vosges e veja a vida passar lentamente.

Sair sem destino. Essa é uma das boas pedidas na capital francesa. Escolha um arrondissement e vá caminhando. Por ser uma cidade plana (com exceção da região de Montmartre), Paris convida o visitante a andar. E, assim, é possível descobrir novidades sempre, principalmente no quesito bistrôs e cafés. Não se limite aos mais conhecidos (passe longe do Starbucks Coffee, esse tem aqui!), pare, entre, conheça as novidades, experimente as baguetes durante um almoço rápido, coma um macaron de framboesa ou de chocolate como sobremesa, abuse do vinho nacional.

Le Saut du Loup: restaurante no Musée des Arts Décoratifs
Foi assim, aliás, que conheci o restaurante Le Saut du Loup, que fica no Musée des Arts Décoratifs, próximo ao Musée du Louvre. Das mesas na varanda tem-se a visão, de um lado, da pirâmide do museu mais famoso do mundo; do outro, a Torre Eiffel. E, se for no verão, quando o sol se põe por volta das 22h, o visual no horizonte é incrível! Para beber, o local oferece uma extensa carta de vinhos, inclusive champagnes. Para comer, Salmão ao molho pesto e tagliatelle, Costeleta de vitela ao parmesão e purê de batatas, Pernil de cordeiro assado com ervas e legumes.

Ainda no quesito gourmet, caso prefira um mais convencional, ou seja, um típico restaurante francês, a Brasserie Lutetia, localizada no Hôtel Lutetia (que fica na Rive Gauche e completa 100 anos), é descontraído e perfeito para um almoço. Só não se esqueça de fazer a reserva, ou você pode chegar e ficar apenas olhando os outros se esbaldarem.

Les Ambassadeurs: com autêntico serviço à francesa
Agora, se você é do tipo que prefere compartilhar um belo jantar ao lado da aristocracia francesa (ok, há muitos turistas lá também!), sua opção pode ser o Les Ambassadeurs, no Hôtel de Crillon (próximo à Place de la Concorde), que foi reinaugurado recentemente. Ocupando o antigo salão de baile do hotel, o restaurante oferece uma gastronomia reconhecida como uma das melhores da capital francesa. O lugar impressiona por sua grandiosidade e pompa, mas também por sua decoração estilo Luis XV, e concebida à época pelo arquiteto Jacques-Anges Gabriel: marchetaria com seis diferentes tipos de mármore e imponentes lustres de cristal. A carte traz pratos com coelho, foie gras, lagosta, caviar, sempre leves e saborosos, no melhor estilo francês. Na parte de vinhos, há brancos, tintos e champagne, todos nacionais, é claro.

Moderno
A tal globalização, aliás, trouxe um quê de modernismo, ainda que os parisienses não gostem tanto dessas inovações. No metrô, onde era possível ver os passageiros lendo seus livros ou o noticiário gratuito que lá é distribuído entre uma viagem e outra, hoje em dia a maioria fica de olho em seus celulares, já que existe sinal, trocando mensagens, jogando, fotografando.
Outra prova é a presença maciça da Apple – um ícone tipicamente americano. Já são duas lojas na capital francesa: uma no Carrousel du Louvre e outra próxima ao metrô Opéra, que foi inaugurada recentemente.

Ver filas enormes na porta dos museus (principalmente no primeiro domingo de cada mês, quando a entrada é gratuita), ou até mesmo na porta da Chanel ou da Louis Vuitton vá lá, mas nunca imaginei que ela se formaria na Apple, quando chegou o iPhone 4 no país, em junho. Ali, presenciei turistas e moradores que dividiam a ansiedade em conseguir nem que fosse tocar no aparelho criado pela empresa de Steve Jobs.

Quem já tem o aparelho, mesmo que seja versões anteriores, ou até mesmo o iPod Touch, pode se valer de um poderoso aplicativo, o Metro Paris Subway, que inclui os mapas oficiais do metrô e de trens, além de oferecer uma precisa localização das ruas com ajuda do Google Maps.
Para conseguir conexão sem fio (wi-fi), aliás, a Mairie de Paris (prefeitura) disponibiliza diversos pontos: ao todo, são 400 locais, nos 20 arrondissements parisienses: em jardins, bibliotecas, museus. Cada um tem duas horas gratuitas por dia e, para saber onde encontrar, este mapa oferece as localizações. Boa viagem!

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Café da manhã no Rio

Café da manhã: suco de laranja, croissant e, claro, café com leite
Nada como começar bem o dia com um delicioso café da manhã. E, ao invés de tomar em casa, que tal ir à padaria, ou ao café mais próximo? A padaria perto da minha casa serve um bufê por quilo com toda sorte de cereais, iogurtes, frios, frutas e, claro, pães, café, chá, sucos... Gosto de lá, mas também me animo com um simples pão na chapa, um queijo quente quando a fome é maior e, como dizem, uma média. No Rio de Janeiro, cidade para onde fui no último feriado, escolhi dois locais para o petit déjeuner.


O primeiro foi o Cafeína, que tem unidades em Copacabana, onde fui, e também no Leblon, em Ipanema e em Botafogo. No cardápio, há várias opções, todas com café espresso, café com leite, chá, chocolate ou capuccino incluso. Para comer, há diversos combos, como o expresso (com minibaguete, manteiga, geleia e requeijão), simples (que ao anterior acrescenta suco de laranja, queijo minas, peito de peru), natural (suco de laranja, pão 8 grãos, minibaguete cereais, 1/2 mamão papai, queijo minas, peito de peru, iogure com granola, manteiga, requeijão, geléia e mel). E ainda tem o que inclui ovos mexidos, ou outro para duas pessoas, infantil etc.



No outro dia, escolhi o The Bakers, que também tem loja em Copacabana e em Ipanema. O cardápio dos dois, aliás, não muda muito (nem o preço, que começa em R$ 12,90).  Aqui, o combo expresso inclui minibaguete ou croissant, geleia e manteiga. E o Good Morning Breakfast equivale ao simples do Cafeína.

Se o preço e os itens entre os dois não mudam muito, a qualidade do The Bakers é um pouco superior. O atendimento, porém, deixa a desejar, com o serviço lento e as garçonetes mal-humoradas, no melhor estilo, digamos, francês... O que não é o caso do Cafeína, que tem garçonetes sorridentes e atenciosas.

Não tive tempo de experimentar, mas o Colher de Pau, onde tem o melhor brigadeiro, segundo a Veja Rio, também serve café da manhã completo. Quem sabe, da próxima vez!


Independentemente dos acompanhamentos, do local ou do atendimento, um bom café da manhã, cá entre nós, tem de começar mesmo com bom humor e, obviamente, com um bom (e grande) café com leite!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rio de Janeiro

 Mesmo cinza, sim, o Rio de Janeiro continua lindo!
Aproveitei o feriado prolongado para conferir, na companhia de um carioca da gema, se o Rio de Janeiro continua lindo. Fazia três anos desde a última vez que decolei do Santos Dumont e deixei para trás um céu azul deslumbrante e uma imagem gravada em minha memória de que sempre é tempo (e motivo) de voltar.

Mesmo com o tempo fechado, aproveitamos o domingo para caminhar no calçadão de Copacabana, que estava abarrotado de moradores e, claro, de turistas. No caminho, uma aula de história (e mais tarde confirmado por alguém mais experiente), sobre a população de um dos bairros mais famosos da cidade, já que é em Copacabana onde acontece a tradicional queima de fogos no primeiro dia de cada ano e é acompanhada no mundo inteiro. É em Copacabana também que está um dos melhores hotéis, o Copacabana Palace, local onde se hospedam os famosos que vêm para a cidade. 

Mas, voltando à aula: é em Copacabana onde se concentra a maior população idosa do Rio de Janeiro. Atualmente, quase 30% dos moradores do bairro são idosos. Isso porque os mesmos moradores da cidade durante os anos 1920, 1930, continuaram por ali, além, é claro, das gerações subsequentes. Assim, é possível ver que as ruas do bairro são povoadas por essas pessoas, e o ritmo é mais lento, as coisas andam mais devagar, os bancos são mais cheios. Ao contrário, por exemplo, da jovem Barra da Tijuca, local onde os condomínios de apartamentos ainda estão sendo construídos e existe um shopping center atrás do outro na movimentada avenida das Américas.

Do alto das Paineiras, o Rio parece uma maquete

Enquanto a fila para o subir no Cristo Redentor dava voltas e voltas, fizemos um passeio tranquilo pelas Paineiras, cuja temperatura é mais baixa principalmente por conta das árvores que existem por lá. Porém, quando a mata dá uma brecha, prepare o fôlego: o visual é incrível! Do alto, é possível ver, como se fosse uma maquete, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Jóquei Clube, a sede social do Flamengo, o Jardim Botânico, as Ilhas Cagarras. Lá no fundo, está Niterói, que fica depois de uma ponte de 14 km de extensão, e o mar, e as ondas, e todas aquelas belezas naturais que cidades como o Rio de Janeiro ainda conservam. E ainda nas Paineiras, muitos aproveitam a pista para correr, fazer alongamento... O local é cercado de bicas com água potável e macaquinhos pulando de um lado para o outro. Vez ou outra, se exibem ao turista que por ali passa. Quem quiser radicalizar, cursos de escaladas na parede.

Da pedra do Arpoador, o mar, os surfistas, o morro do Leme...
Mas o passeio ainda não terminou. De Copacabana ao Leblon, ou seja, pouco mais de 5,5 quilômetros, a caminhada nos leva por dentro da praia do Arpoador. Do alto do mirante, os surfistas descem as ondas vestindo suas roupas de borracha para suportar a água fria e o vento.

De lá, a caminhada prossegue por dentro da chique Ipanema. No caminho, pausa no Colher de Pau, restaurante que faz o melhor brigadeiro, segundo a Veja Rio. Ok, não experimentei o doce, mas aprovei o bolo de chocolate folheado com profiteroles por cima! Para arrematar, mais calda de chocolate! Hmmm...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

As ciladas de Paris

 Pont Alexandre III: cuidado no passeio à margem do Sena

Nem tudo é perfeito, ainda que estejamos falando da cidade considerada a mais linda do mundo e, de longe, a mais visitada por turistas do planeta todo. Aliás, quem acompanha este blog conhece a paixão que tenho pela capital francesa. No entanto, como nem tudo são flores,  aqui vão algumas dicas importantes.

Atenção redobrada ao caminhar pelas calçadas: olhe para o chão, mas também para o céu. Além das cacas dos totós (os moradores da cidade não têm o hábito de recolher os cocôs de seus cachorros), as pombas estão por todos os lados, inclusive fazendo suas necessidades básicas do alto! 
 
Já estive algumas vezes em Paris e nunca fui assaltada por lá. Aliás, nunca conheci ninguém que já tenha sido. (Se você já foi ou conhece alguém, me conte!) No entanto, sempre é bom se prevenir de algumas ciladas típicas de cidades grandes e cheias de turistas que desviam a atenção da segurança para olhar os lindos monumentos.

Principalmente em frente à Catedral de Notre-Dame, em Ile de la Cité, há inúmeros mendigos suplicando uma ajuda para comer. E, se algum albanês, romeno ou qualquer outro estrangeiro lhe perguntar se você fala inglês, tome cuidado. Na verdade, ele quer te entregar um papel solicitando ajuda para comprar uma passagem de volta a sua terra natal. Na primeira eu caí. Depois, virei craque em dizer que não falo inglês.

O truque da aliança é o mais recente. Seja na margem do rio Sena, seja na Place de la Concorde (dois locais onde presenciei a cena), geralmente uma cigana se abaixa, justamente quando você estiver passando, e recolhe um reluzente anel de ouro. E, obviamente, pergunta se foi você quem acabou de deixá-lo cair. Não dê atenção. Ela vai tentar te tirar algum dinheiro dizendo que aquela aliança é valiosíssima (e não passa de um pedaço de lata, é claro).
 
Se em 2002 o idioma era um problema, uma vez que os franceses têm fama de não falar inglês, hoje em dia, principalmente após a expansão do uso da internet, globalização etc., é bem mais comum encontrar nas ruas parisienses que não chegam a dominar o idioma de Shakespeare, mas que conseguem auxiliar o turista desavisado. No entanto, sempre é bom tentar agradar os moradores da cidade que inventou o impressionismo. 

Por isso, tenha sempre em mente algumas palavras mágicas da boa educação, como bonjour (ou bonsoir se for de noite), s'il vous plaît (por favor), merci (obrigado). Sendo bem-educado, ninguém vai negar em dar uma mãozinha, ainda que os parisienses tenham fama de mal-humorados.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Silver Spirit

Ainda que as viagens de navio sejam mais democráticas hoje em dia (em comparação com anos atrás), há cruzeiros que continuam sendo para poucos. O navio mais luxuoso do mundo, o Silver Spirit, da Silversea, começou a navegar em janeiro e durante todo o ano está cruzando os mares e oceanos do mundo.

O luxo da embarcação com sofisticada decoração art déco dos anos 1930, aliás, já começa com a quantidade de pessoas. Vá lá que a embarcação não seja tão grande, tal como é o Splendour of the Seas, que tem o dobro do seu tamanho e capacidade para quatro vezes mais passageiros, mas a proposta é totalmente diferente. Para se ter uma ideia, o Silver Spirit tem 95% de suas suítes com varanda, seis restaurantes (sendo quatro all inclusive), e tem quase a proporção de um funcionário para cada dois hóspedes, incluindo mordomo: são mais de 300 funcionários para atender 540 passageiros.

As cabines possuem de 29 m2 a 150 m2, sendo que cada suíte tem televisores de plasma, banheiros espaçosos (um dos diferenciais), além de closet walk-in e penteadeira. É aqui, aliás, onde está o principal tratamento VIP (e cortesia): champagne Pomery, chocolates Godiva, perfumaria premium que permite ao hóspede escolher entre Bvlgari, Acqua de Parma ou Neutrogena; e mimos como flores e frutas diariamente.

Se você acha que travesseiro bom é aquele que se leva de casa, saiba que neste navio há um menu com nove opções de tamanho e composição, além de aromaterapia para o momento de dormir sem estresse. Porém, como ninguém é de ferro, o SPA da grife Steiner Leisure Limited tem nove salas de massagem, cabeleireiro, fitness center, saunas secas e a vapor e até um pacote oferecido por dermatologista com tratamentos faciais para redução de rugas, botox, preenchimento.

Opção de lazer também não falta. No navio, que é all inclusive (com exceção do SPA e da internet sem fio), há uma biblioteca com prateleiras recheadas de livros do chão até o teto. E a área externa é enorme, podendo ser bem aproveitada, de maneira que os hóspedes não ficam espremidos nas espreguiçadeiras. Depois de um dia cheio de atividades, o show de música ao vivo fecha a noite com chave-de-ouro.

A viagem inaugural saiu em janeiro de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, passou pelo Caribe até chegar ao Rio de Janeiro para o Carnaval e depois seguiu pela Argentina, fazendo a primeira parada em Buenos Aires, onde tive a oportunidade de conhecê-lo. Depois seguiu em direção ao Chile, Peru e México, até aportar em Los Angeles, nos Estados Unidos. No verão do Hemisfério Norte, vai atrás do calor e das águas quentes do Mediterrâneo, onde fica até setembro. De novembro a fevereiro, o Silver Spirit segue novamente para as águas quentes do Caribe. O Réveillon, porém, está marcado para começar em Barcelona, na Espanha, dia 23 de dezembro, e chegar em Lisboa, em Portugal, em 3 de janeiro.

Gastronomia

Além de todo o luxo e glamour que cercam uma viagem de navio, principalmente por conta dos jantares com o comandante e das festas são não apenas a bordo, mas também daquelas na cidade onde a embarcação aporta, há as delícias gastronômicas que não podem passar batidas. A novidade é o restaurante japonês Seishin e o Stars Supper Club – restaurante com jantar dançante e música ao vivo.

Há ainda a opção do cruzeiro temático, que conta com Relais & Châteaux L'École des Chefs responsável por trazer aos passageiros cursos e eventos estrelados pelo chefs David Bilsland, instrutor da Escola de Culinária Le Cordon Bleu, de Londres, em parceria com Jacques Thorel, proprietário do L'Auberge Bretonne, na França, Grand Chef Relais & Châteaux. Durante a viagem, é possível aprender sobre os sabores locais de cada itinerário, workshops sobre a utilização de facas e terminologias culinárias de molhos e assados; demonstrações culinárias com degustação de vinho e outras atrações. Ainda para este ano estão previstos eventos no Mediterrâneo em outubro, África e Oceano Índico, assim como no Caribe, México e Canal do Panamá em novembro. Deu água na boca? É só fazer as malas.


A jornalista Tatianna Babadobulos viajou a Buenos Aires a convite do Silversea, do hotel Four Seasons Buenos Aires e da British Airlines

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Homenagem a YSL


Petit Palais, museu das Belas-Artes, em Paris, abriga, até 29 de agosto, a exposição em homenagem ao estilista Yves Saint Laurent, morto em 2008. Na mostra, composta por 15 salas temáticas, o visitante poderá conferir um pouco de suas criações 15 mil criações de moda (produzidas entre 1962 e 2002) e ter uma visão panorâmica de 40 anos de trabalho do estilista em uma seleção de mais de 300 modelos de alta costura e prêt-à-porter.

A mostra é multimídia: traz roupas, fotografias, desenhos e filmes (incluindo entrevistas com ele), sempre apresentados em um contexto histórico. Destaque para a criação do smoking feminino (à esquerda) e os lindos modelos desenhados pelo estilista, além de sua admiração por Coco Chanel: "Chanel deu liberdade às mulheres. YSL deu poder", diz a frase.

Há também scapins e botas, modelos estilo navy, saias escocesas, ternos risca de giz e príncipe-de-gales, vestidos curtos e muito sensuais com abertura nas costas. Há também um diálogo do estilista com a arte, principalmente impressos nos desenhos e nas estampas geométricas. No final, um grande salão de baile apresenta modelos incríveis de mais vestidos de haute couture.

Entre os vídeos, trechos do filme Belle de Jour (A Bela da Tarde) no qual YSL foi responsável pelo figurino da protagonista vivida por Catherine Deneuve.

Além da exposição em homenagem ao estilista, a visita ao Petit Palais já vale a pena, a começar pelo próprio prédio, construído no século 19 para a Exposição Universal de 1900. O visitante também pode conferir a exposição permanente, que conta com móveis de Luís XV, Luís XVI, obra de Claude Monet. Outro destaque é o café debruçado sobre o jardim do lado de fora.

Esta, porém, é a primeira vez que o Petit Palais abriga uma exposição de moda. Segundo Gilles Chazal, diretor do museu, a mostra se justifica no local porque Yves Saint Laurent foi "mais que um estilista, foi um artista excepcional, cujo trabalho pode ser inscrito na longa série de exposições dos Mestres da Arte" oferecidos por sua instituição cultural.

A visitação está aberta de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso custa 11 euros.

Petit Palais, Musée des Beaux-Arts, avenue Winston Churchill, 75008, Paris

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Atualização: leia também a matéria publicada no 20 Minutes.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobremesas

Diz o ditado: "cuisiner est un acte d'amour" ("cozinhar é um ato de amor"). Mas eu é que não vou me dedurar e dizer que comi sobremesas deliciosas em Paris. Primeiro, porque é redundância (todo mundo sabe que os doces franceses são di-vi-nos); segundo, porque são "engordativos" na mesma proporção em que são saborosos, bem-apresentados e assim por diante.

Porém, não consegui resistir de fotografar e comentar sobre pelo menos dois:

A sobremesa preparada com sorvete de abacaxi, macaron de morango e amêndoas do Le Procope (13 rue de l'Ancienne Comédie, 75006 ), o café mais antigo da cidade, fundado em 1686. O azedinho do sorbet se mistura com o doce da coberta e a crocância das amêndoas! Um detalhe: o serviço do restaurante não condiz com o sabor dos pratos, isso porque os garçons demoram até para trazer uma água com gás e te ignoram boa parte do tempo.

Spécial Tout Chocolat, uma espécie de brownie com sorvete de chocolate e calda quente do Chez Gabrielle (7 rue de l'Étoile, 75017). Esse dispensa comentários, tem que provar! O serviço, ao contrário do anterior, é ótimo e o clima de bistrô (pequeno e aconchegante) faz as coisas ficarem ainda melhores.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cafés e mais cafés

Se não for em um bistrô, é nos cafés de Paris que a vida acontece. É lá que as pessoas fazem uma pausa, marcam encontros, fecham negócios. E é lá, claro, que estão os sabores da cidade: os doces, os chás, os cafés... E o melhor: em cada esquina tem um. Ou quatro. Ou vários no mesmo quarteirão. Por isso, o bom é escolher um que seja aconchegante, um que você goste e pronto: sente-se e aproveite.

Ainda que exista a rede Starbucks na cidade, eu passo longe. Starbucks não tem a cara de Paris. Starbucks me lembra fast-food, me lembra Londres, os filmes americanos. Para não dizer que nunca fui, em um dia de calor estava perto de um em La Defense e fui comprar um Frappuccino. Foi a foto do cartaz colocado na entrada que me convenceu a escolher a bebida. Ela parecia tão refrescante...

No entanto, no cardápio, uma anotação: a bebida não estava sendo vendida, pois não tinha café. Ora, uma cafeteria que não tem café... fecha a porta, não é? Bom, mas no final das contas acabei pedindo a bebida feita com chá. Me refresquei e fui embora. Nunca mais voltei.

Angelina: um lugar para não ir em Paris

Em outro café, o Angelina, fui com umas amigas, em um dia de frio, tomar o famoso chocolate quente. O Angelina fica na rue de Rivoli e existe desde 1903. O local era um ponto de encontro da aristocracia parisiense e por lá passaram gente como Proust, Coco Chanel e outros costureiros renomados. O salão é enorme, não tem nada de aconchegante. Os banheiros, então, uma catástrofe -- pior que de boteco em fim de expediente.

Minha visita ao local, porém, não foi lá sensacional. Chegamos às 18h30 e o garçom nos avisou que o salão fechava às 19h. Sem problemas. Fomos rápidas. Pedimos algo para comer e o tal chocolate. O horário de fechamento se aproximava e nada de o garçom nos trazer os pedidos. Enfim, ele trouxe o chocolate. E o Croque-monsieur nada de chegar.

Novamente, chamamos o garçom para cobrar o pedido. Claro que ele demorou para nos atender, mas, enfim, nos disse que o pessoal da cozinha tinha ido embora às 18h30.

Ele só poderia estar de brincadeira. E sua risada nervosa ao dar a notícia comprovava isso. Ele não teria feito a gente se sentar, pedir, esperar tanto tempo, para meia hora depois nos informar que continuaríamos com fome.

Quando vimos o gerente se aproximando de nossa mesa, percebemos que a má notícia era verdadeira. Não havia mais ninguém na cozinha e o Croque-monsieur não viria.

Desoladas, pedimos a conta, pagamos e fomos embora. Antes de partirmos, porém, o gerente entregou um pacotinho para cada uma de nós: eram quatro macarons sortidos.

Até que ele tentou consertar o problema, mas saí de lá com uma certeza: os cafés menos famosos atendem melhor os clientes, ainda que a fama dos garçons parisienses não seja a das melhores. O chocolate pode ser bom, mas deixou um gosto azedo na boca que não passou nem com os deliciosos macarons.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Chocolate

Loja do Toblerone, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris

Eu amo chocolate. Em minha opinião, não existe coisa melhor para adoçar a boca que um pedaço de chocolate. Seja ele ao leite, recheado com amêndoas, castanhas, creme de avelã, morango... hmmm. Só de pensar, me dá água na boca.

Como deixou de ser vendido no Brasil (e já faz tempo), sempre quando viajo vou atrás do KitKat ao leite, dark. Se não trago na mala, compro no DutyFree. Mesmo com o calor que fazia em Paris, não deixei de comprar essas delícias. Além do KitKat, me derreto só de pensar no suíço Lindt. Mas esse, ainda que seja caro (por volta de R$ 15 um tablete de 100 gra mas), podemos comprar no supermercado brasileiro.

No entanto, foi nas Galeries Lafayette Gourmet que encontrei o chocolate da minha vida: Lindt Excellence Fin Coeur Framboise. O tablete de 100g custou pouco mais que dois euros (menos de seis reais). Mesmo que eu tenha procurado, não vi mais em lugar nenhum: nem no supermercado perto da minha casa, em Paris, nem na Grécia (para onde fui depois), nem em nenhum DutyFree, nem no Brasil... Seu sabor, agora, fica na memória (e no desejo de encontrar no Pão de Açúcar mais próximo!).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Carrinho de compras


Se o uso das ecobags no Brasil é uma coisa recente, em países da Europa como Portugal, Espanha e França, não. Em Paris, há muito os supermercados deixaram de fornecer as sacolas plásticas. O Casino vende a sua própria sacola retornável, gran­de e resistente, por 0,60 euros. Se o cliente ainda quiser as pequenas, paga 0,09 em cada. Há também as sacolas que ficam do tamanho de um chaveiro, bastante práticas quando fechadas e bem resistentes.

A rede Monoprix, no entanto, oferece as sacolas, mas comercializa as suas ecobags. E raramente se vê alguém utilizando as sacolas des­car­táveis: geralmente os consumidores vão às compras com suas ecobags ou até mesmo com os simpáticos carrinhos de nylon e rodinhas que são uma mão-na-roda, uma vez que, muitas vezes, os parisienses vão às compras a pé ou de metrô.

Arrastar o tal carrinho não é coisa para pessoas mais velhas ou somente mulhe­res. Ao contrário: os jovens, principalmente os que vivem sozinhos na capital francesa, aderiram aos carri­nhos por sua praticidade e elegância: tem um mais fashion que o outro. Então, eles já entram no mercado com o carri­nho, enchem-no até o seu limi­te, passam pelo caixa e retornam as compras para o carri­nho.

Quando alguém não leva, é como se tivesse cometendo uma infração. Afinal, as sacolas retornáveis foram adotadas unicamente para a saúde do pla­neta. E o carrinho é utilizado não apenas para as compras no supermercado, mas também em feiras, padarias e até para levar a roupa à lavanderia.

Até que seria uma boa se essa moda também pegasse no Brasil.

domingo, 27 de junho de 2010

Caetano Veloso


Caetano Veloso apresentou hoje seu show em La Defense, perto de Paris. No local, brasileiros e estrangeiros curtiram o som do músico brasileiro, ainda que ele não tenha cantado suas composições mais conhecidas (pelo menos até o horário que eu consegui ficar vendo a apresentação).
Grande Arche, em La Defense, no fundo do palco de Caetano

O local é bem simpático, mas, apesar do horário (a partir das 19h),
o sol ainda estava muito forte e fazia muito calor.


De camiseta amarela, Caetano falou português e
francês com o público presente

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eliminação da França

O clima é de decepção, de humilhação geral. Após a eliminação da França da Copa do Mundo 2010, depois da derrota para a África do Sul por 2 a 1, os franceses ficaram desolados. Mas, no fundo, já se sabia que este não era o ano da França e que, após o fiasco do primeiro jogo contra o Uruguai (empate sem gols), apenas um milagre poderia salvar a equipe. Afinal, matematicamente, antes do jogo contra os anfitriões, a França não estaria completamente eliminada. Isso porque era necessário ganhar dos Bafana Bafana e torcer pelo resultado de Uruguai e México.

A verdade é que os torcedores e a própria imprensa francesa nunca engoliram o técnico dos bleus (azuis, como é chamada a da seleção da França, por conta do uniforme), Raymond Domenech. Ele assumiu sua responsabilidade pela maneira como jogou a França. Aliás, em três jogos, saiu apenas um gol, marcado por Malouda.

Diferentemente do Brasil, a França não é o país do futebol, portanto a vida aqui continua... pelo menos na capital Paris, onde as pessoas continuam indo trabalhar normalmente (e enfrentando a segunda greve geral no período de quatro semanas) nessa quinta, 24, e torcendo para o time que pode ganhar a Copa. Se for o Brasil, um tanto melhor, pois a seleção canarinho e a da Espanha foram as apostas do ano por aqui. Quando digo que sou brasileira em algum lugar, em Paris, logo se lembram de Robinho e Kaká, mais até que de Ronaldo e Pelé, como era outrora.

A decepção, estampada nas capas dos jornais de quarta, 23, tomou conta dos noticiários. As reportagens falavam sobre o próximo passo, e até a secretária de esportes, Rama Yade, falou ao vivo sobre a tristeza de ter de voltar mais cedo da África do Sul. E, para finalizar, propõe uma nova alternativa para as próximas competições e que cada jogador deve honrar a camisa que veste e ser patriota de verdade quando canta “A Marselhesa” (o hino nacional francês). É a tal mistura de futebol e política que, como bem sabemos no Brasil, não funciona.

Na edição do dia 23, o “Direct Soir”, jornal que circula após às 16h nas estações de metrô de Paris (e que é editado pelo gigante “Le Monde”), uma página inteira é dedicada para a équipe de France. O artigo comenta que o time “deixou o mundial sem um pingo de honra”. E mais: “para o futebol francês, reduzido a um patético campo de ruínas, a obra é enorme”, principalmente para reverter a imagem que nem mesmo os franceses suportam.

No fim de semana passado, o jornal “L’Equipe” estampou na capa uma frase, digamos, nem um pouco politicamente correta, que o jogador Nicolas Anelka (expulso do time) teria dito a Raymond Domenech no intervalo do jogo contra o México, que terminou em 2 a 0 para os latinos.

Enfim, o lema é olhar para frente. Domenech deixa o cargo e passa a batuta para o campeão do mundo de 1998, Laurent Blanc, comandar a orquestra. O contrato ainda não foi assinado, mas é uma questão de poucos dias. A partir de então, acredita-se que uma nova era terá início no futebol francês. É esperar para ver.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

iPhone 4


Como foi prometido, a Apple lançou hoje o iPhone 4. Em Paris, a loja da marca que fica no Carrossel do Louvre tinha uma fila enooooorme para entrar. Todo mundo queria conhecer a novidade de Steve Jobs.

Porém, se é necessária uma assinatura mensal para adquirir o portable, os turistas que normalmente visitam o Musée du Louvre todos os dias não estavam naquela fila para comprar, certo? Ou os parisienses saíram mais cedo do trabalho (aproveitando a greve em função dos protestos contra as novas leis de aposentadoria) ou os turistas vão mesmo só olhar as inovações da cobiçada Apple. Ou sei lá (afinal, eu que não fiquei para ver), eles querem mesmo é comprar e a assinatura que se dane, Afinal, todos querem estar na frente!

terça-feira, 22 de junho de 2010

La fête de la musique

Orquestra em frente à Comédie-Française

Criada em 1982 pelo então ministro da cultura Jack Lang, a Fête de la Musique acontece sempre no dia 21 de junho de cada ano, justamente quando o verão começa no hemisfério norte. No evento, músicos profissionais e amadores, de todos os gêneros musicais, tocam em diversos pontos da cidade. Os concertos são gratuitos e apresentam também tendências musicais do mundo.

Depois de vermos uma apresentação em frente ao prédio da Comédie-Française, fui com as minhas amigas brasileiras para perto do Musée du Louvre.

Ou seja, de um lado, tínhamos o museu. Do outro, a Torre Eiffel,
durante um fim de tarde e começo de noite deslumbrante!

Então, encontramos, no museu de Arts Décoratifs,
um resto supersimpático, que chama-se Le Saut du Loup.

Ficamos no terraço, mesmo com o vento gelado, pois os aquecedores, a música e, claro, o vinho, nos aqueceram!


Viva o verão! Marcela, eu, Andréia e Ana Paula