quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobremesas

Diz o ditado: "cuisiner est un acte d'amour" ("cozinhar é um ato de amor"). Mas eu é que não vou me dedurar e dizer que comi sobremesas deliciosas em Paris. Primeiro, porque é redundância (todo mundo sabe que os doces franceses são di-vi-nos); segundo, porque são "engordativos" na mesma proporção em que são saborosos, bem-apresentados e assim por diante.

Porém, não consegui resistir de fotografar e comentar sobre pelo menos dois:

A sobremesa preparada com sorvete de abacaxi, macaron de morango e amêndoas do Le Procope (13 rue de l'Ancienne Comédie, 75006 ), o café mais antigo da cidade, fundado em 1686. O azedinho do sorbet se mistura com o doce da coberta e a crocância das amêndoas! Um detalhe: o serviço do restaurante não condiz com o sabor dos pratos, isso porque os garçons demoram até para trazer uma água com gás e te ignoram boa parte do tempo.

Spécial Tout Chocolat, uma espécie de brownie com sorvete de chocolate e calda quente do Chez Gabrielle (7 rue de l'Étoile, 75017). Esse dispensa comentários, tem que provar! O serviço, ao contrário do anterior, é ótimo e o clima de bistrô (pequeno e aconchegante) faz as coisas ficarem ainda melhores.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cafés e mais cafés

Se não for em um bistrô, é nos cafés de Paris que a vida acontece. É lá que as pessoas fazem uma pausa, marcam encontros, fecham negócios. E é lá, claro, que estão os sabores da cidade: os doces, os chás, os cafés... E o melhor: em cada esquina tem um. Ou quatro. Ou vários no mesmo quarteirão. Por isso, o bom é escolher um que seja aconchegante, um que você goste e pronto: sente-se e aproveite.

Ainda que exista a rede Starbucks na cidade, eu passo longe. Starbucks não tem a cara de Paris. Starbucks me lembra fast-food, me lembra Londres, os filmes americanos. Para não dizer que nunca fui, em um dia de calor estava perto de um em La Defense e fui comprar um Frappuccino. Foi a foto do cartaz colocado na entrada que me convenceu a escolher a bebida. Ela parecia tão refrescante...

No entanto, no cardápio, uma anotação: a bebida não estava sendo vendida, pois não tinha café. Ora, uma cafeteria que não tem café... fecha a porta, não é? Bom, mas no final das contas acabei pedindo a bebida feita com chá. Me refresquei e fui embora. Nunca mais voltei.

Angelina: um lugar para não ir em Paris

Em outro café, o Angelina, fui com umas amigas, em um dia de frio, tomar o famoso chocolate quente. O Angelina fica na rue de Rivoli e existe desde 1903. O local era um ponto de encontro da aristocracia parisiense e por lá passaram gente como Proust, Coco Chanel e outros costureiros renomados. O salão é enorme, não tem nada de aconchegante. Os banheiros, então, uma catástrofe -- pior que de boteco em fim de expediente.

Minha visita ao local, porém, não foi lá sensacional. Chegamos às 18h30 e o garçom nos avisou que o salão fechava às 19h. Sem problemas. Fomos rápidas. Pedimos algo para comer e o tal chocolate. O horário de fechamento se aproximava e nada de o garçom nos trazer os pedidos. Enfim, ele trouxe o chocolate. E o Croque-monsieur nada de chegar.

Novamente, chamamos o garçom para cobrar o pedido. Claro que ele demorou para nos atender, mas, enfim, nos disse que o pessoal da cozinha tinha ido embora às 18h30.

Ele só poderia estar de brincadeira. E sua risada nervosa ao dar a notícia comprovava isso. Ele não teria feito a gente se sentar, pedir, esperar tanto tempo, para meia hora depois nos informar que continuaríamos com fome.

Quando vimos o gerente se aproximando de nossa mesa, percebemos que a má notícia era verdadeira. Não havia mais ninguém na cozinha e o Croque-monsieur não viria.

Desoladas, pedimos a conta, pagamos e fomos embora. Antes de partirmos, porém, o gerente entregou um pacotinho para cada uma de nós: eram quatro macarons sortidos.

Até que ele tentou consertar o problema, mas saí de lá com uma certeza: os cafés menos famosos atendem melhor os clientes, ainda que a fama dos garçons parisienses não seja a das melhores. O chocolate pode ser bom, mas deixou um gosto azedo na boca que não passou nem com os deliciosos macarons.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Chocolate

Loja do Toblerone, no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris

Eu amo chocolate. Em minha opinião, não existe coisa melhor para adoçar a boca que um pedaço de chocolate. Seja ele ao leite, recheado com amêndoas, castanhas, creme de avelã, morango... hmmm. Só de pensar, me dá água na boca.

Como deixou de ser vendido no Brasil (e já faz tempo), sempre quando viajo vou atrás do KitKat ao leite, dark. Se não trago na mala, compro no DutyFree. Mesmo com o calor que fazia em Paris, não deixei de comprar essas delícias. Além do KitKat, me derreto só de pensar no suíço Lindt. Mas esse, ainda que seja caro (por volta de R$ 15 um tablete de 100 gra mas), podemos comprar no supermercado brasileiro.

No entanto, foi nas Galeries Lafayette Gourmet que encontrei o chocolate da minha vida: Lindt Excellence Fin Coeur Framboise. O tablete de 100g custou pouco mais que dois euros (menos de seis reais). Mesmo que eu tenha procurado, não vi mais em lugar nenhum: nem no supermercado perto da minha casa, em Paris, nem na Grécia (para onde fui depois), nem em nenhum DutyFree, nem no Brasil... Seu sabor, agora, fica na memória (e no desejo de encontrar no Pão de Açúcar mais próximo!).

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Carrinho de compras


Se o uso das ecobags no Brasil é uma coisa recente, em países da Europa como Portugal, Espanha e França, não. Em Paris, há muito os supermercados deixaram de fornecer as sacolas plásticas. O Casino vende a sua própria sacola retornável, gran­de e resistente, por 0,60 euros. Se o cliente ainda quiser as pequenas, paga 0,09 em cada. Há também as sacolas que ficam do tamanho de um chaveiro, bastante práticas quando fechadas e bem resistentes.

A rede Monoprix, no entanto, oferece as sacolas, mas comercializa as suas ecobags. E raramente se vê alguém utilizando as sacolas des­car­táveis: geralmente os consumidores vão às compras com suas ecobags ou até mesmo com os simpáticos carrinhos de nylon e rodinhas que são uma mão-na-roda, uma vez que, muitas vezes, os parisienses vão às compras a pé ou de metrô.

Arrastar o tal carrinho não é coisa para pessoas mais velhas ou somente mulhe­res. Ao contrário: os jovens, principalmente os que vivem sozinhos na capital francesa, aderiram aos carri­nhos por sua praticidade e elegância: tem um mais fashion que o outro. Então, eles já entram no mercado com o carri­nho, enchem-no até o seu limi­te, passam pelo caixa e retornam as compras para o carri­nho.

Quando alguém não leva, é como se tivesse cometendo uma infração. Afinal, as sacolas retornáveis foram adotadas unicamente para a saúde do pla­neta. E o carrinho é utilizado não apenas para as compras no supermercado, mas também em feiras, padarias e até para levar a roupa à lavanderia.

Até que seria uma boa se essa moda também pegasse no Brasil.