segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Menu Gol

Fazia tempo que não viajava voando Gol. E, quando fui para Fortaleza, no início do mês, vi que a companhia continua servindo seu tradicional lanchinho composto por amendoim com coca-cola. No entanto, há uma novidade. Após o petisco, os comissários distribuem um cardápio e, ali, os preços estão bem ao lado do produto. Ou seja, se você quiser comer algo mais incrementado, tem de pagar por isso. 

A novidade não é uma grande descoberta, haja vista que muitas companhias fora do Brasil fazem isso. Lembro de um voo pela SAS, entre Frankfurt, na Alemanha, e Oslo, na Noruega, que também vendia os seus produtos. Porém, como eu viajava de classe executiva, o serviço de bordo estava incluso.

Pela Pluna, em voo entre São Paulo e Buenos Aires, com conexão, em Montevidéu, acontecia o mesmo procedimento. Ou seja, se quisesse comer, bastava pagar. Em dólar.

Na Gol, os preços vão às alturas (juntamente com os passageiros!). Para se ter uma ideia, um sanduíche tradicional, de presunto, queijo provolone, orégano e azeite em um pão de parmesão, sai por R$ 12. Os acompanhamentos, como chocolate, batata chips e castanha de caju custam R$ 5 cada. E qualquer bebida, seja água (com ou sem gás), café, capuccino, chocolate quente, sucos, água de coco, refrigerante ou cerveja, saem por R$ 5 cada. Uma questão de troco?

Como eu não sabia desde quando o serviço existia, busquei no Google e encontrei uma matéria de 2009, que fora publicada em O Globo, que dizia que o serviço havia sido implantado em junho de 2009.

No site da empresa, há informações sobre o serviço estar disponível em sete rotas (14 voos), todos com mais de 1h30 de duração, como os voos diários partindo do Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica), Recife, Porto Alegre, Belém, Fortaleza (voilà!), Brasília, Salvador, Natal, Rio de Janeiro (Aeroporto do Tom Jobim/Galeão) e Foz do Iguaçu, mas já existe o projeto de ampliá-lo para outros trechos da malha.

Questinada, a assessoria de imprensa da companhia não retornou o meu email.

E você, concorda em pagar pelo que quer comer? E o preço, é justo? Comente, palpite!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tomo 1

Argentino, pero no mucho

O hotel Panamericano, onde o restaurante Tomo 1 está instalado, não chama tanto a atenção dos clientes, mas sua localização, convenhamos, é ótima: a poucos passos do Obelisco, na avenida 9 de Julio, em plena Buenos Aires. Do alto do prédio, local onde fica o restaurante comandado pelas irmãs Ada e Ebe Concaro, nem dá para perceber que estamos na capital argentina. A não ser pelo sotaque das pessoas que trabalham lá, começando pelo prestativo chef Federico Fialayre, filho de Ada, que cuida do salão.
 
O cardápio, embora seja de comida tipicamente argentina, não possui as famosas parrillas, mas influência europeia, especialmente francesa e italiana, com ingredientes locais. Para comer, que tal começar com Canapé ibérico com azeitonas e pimientos ou gravlax de salmão sobre canapé de brioche. Boa pedida também é a sopa fria de melão com granitas de colores. Como prato principal, vieiras gratinadas, Gigot de cordeiro salpicado com hongos boletus e pimenta negra. Para finalizar, patê à choux com perfume de maracujá. Entre um prato e outro, é claro, vinho argentino da melhor qualidade, seja branco ou tinto, uma vez que a adega tem capacidade para duas mil garrafas, justamente refletindo a vontade dos argentinos (e de seus visitantes) em degustar um bom vinho.

Por falar em vinho, o responsável é o próprio Federico que, embora tenha se formado em letras, começou a trabalhar na cozinha, depois foi garçom até virar directeur de sale. Mas foi durante estágios que fez em restaurantes na França que conheceu algumas especializações em vinho, antes de frequentar a escola para para sommelier. Então, ele aproveitou para conciliar as carreiras paralelamente: a de escritor de comida e vinho. Federico escreveu, durante muito tempo, para a revista de domingo do jornal Clarin, um dos maiores da capital argentina, no qual mantinha uma coluna de vinhos. Ele também contribuiu com diversas mídias especializadas e não-especializadas da Argentina, como La Nación, El Conocedor, Brando, Bacanal, Entrecasa, e também do exterior: Terra, Epicuro, Gula. Em 2008, seu trabalho lhe rendeu o Guia do Vinho Argentino, em colaboração com a renomada crítica Elisabeth Checa.

Lombo de javali com vegetais juliana e alfajor de batata-doce


Sofisticação
Sofisticação é um dos adjetivos que podemos dar ao Tomo 1. O ambiente refinado tem assinatura dos estúdios Pablo Sánchez Elía e Laura Tuvieron e é frequentado por muitos turistas, principalmente os que estão hospedados no hotel, mas também por alguns argentinos
que preferem o requinte que o ambiente oferece. A intenção dos arquitetos ao projetarem o ambiente era fazer com que a experiência gourmet e portenha se refletisse também no ambiente em que os pratos fossem degustados. Assim, entram em cena materiais
orgânicos, que fazem eco com a maneira artesanal como os Concaro trabalham na cozinha.
 
Para coroar as especialidades, o restaurante já ganhou prêmios, como o reconhecimento da cozinha e da adega, pela Académie Internationale de Gastronomie; primeiro prêmio de Artes Culinárias, pela Academia Argentina de Gastronomía; cinco estrelas no Diamond Award, primeira seleção do guia Fodor’s Choice, melhores restaurantes pela Time Out e outros tantos. 

Da próxima vez que for visitar Buenos Aires, aproveite para degustar ótimos pratos e sentir que sim, Buenos Aires é um pedaço da Europa na América do Sul.
A jornalista Tatianna Babadobulos viajou a Buenos Aires a convite do Silversea, do hotel Four Seasons Buenos Aires e da British Airlines

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Casa de Campo


Altos de Chavón, aldei feita de pedra
Casa de Campo, na República Dominicana, não é apenas um resort. Localizado em La Romana, cidade a duas horas da capital, Santo Domingo, é um empreendimento de luxo com cerca de 30 quilômetros quadrados, que inclui hotel, restaurantes, bares, centro comercial com sala de cinema, quatro campos de golfe, marina para 350 embarcações, condomínio com 1.500 mansões (e mais outras tantas em construção) e Altos de Chavón, uma aldeia feita de pedra onde moram artistas durante intercâmbio cultural.

Diz a história que Chavón foi construído a partir do pedido de Dominique Blude, uma milionária que tinha o sonho de ter uma cidade inteira só pra ela. Além de restaurantes, como o italiano delicioso, com direito a cantores com suas sanfonas, há um anfiteatro com capacidade para cinco mil pessoas. Sua inauguração aconteceu em 1982 com show de Frank Sinatra. É em Chavón também que está a capela San Estanislao, aberta 1979 com a presença de João Paulo II. E, no rio Chavón, Sylvester Stallone filmou algumas cenas de Rambo 2. Lá também foi filmado Apocalypse Now.

Centrinho comercial, onde há restaurantes, lojas e cinema
Como as distâncias são grandes dentro da propriedade, cada apartamento possui uma garagem para guardar o carrinho de golfe que cada hóspede recebe ao fazer o check-in. Com ele, é possível ir para todos os lados do empreendimento, incluindo os restaurante, o centrinho comercial e a belíssima praia Las Minitas e aproveitar a mordomia do serviço all inclusive. Além das espreguiçadeiras, dos drinques servidos à beira mar, há esportes aquáticos, como pedalinho, caiaque, entre outros.

No início deste ano, foram inaugurados novos apartamentos, lobby, restaurantes, terraço, área de piscina, lojas e outros benefícios. De acordo com o proprietário de um dos restaurantes e gerente-geral da Casa de Campo, o brasileiro Alberto Grau Neto conta que foram investidos 30 milhões de dólares na reforma. Ele, que chegou há três anos e meio à República Dominicana, não quer nem saber de voltar e acredita que, em breve, os brasileiros vão conhecer além de Punta Cana. E vai valer a pena.

A Marina tem capacidade para 350 embarcações
Além de golfe, a infraestrutura para esportes inclui ainda tênis, polo e tiro ao prato. Para relaxar, um SPA com tratamentos relaxantes, massagens e uso de produtos naturais preparados com frutas, que são bastante fartas por aqui.

O complexo turístico recebeu, neste ano, mais uma vez o prêmio da World Travel Awards (WTA), considerado o Oscar do turismo, de Melhor Resort de Golfe do Mundo, que foi entregue em Londres. Casa de Campo concorreu com mais 20 hotéis de Dubai, Austrália, Espanha, China, Argentina e Estados Unidos.

Além de todo o conforto e sofisticação, é possível ainda desfrutar de tratamento do SPA, que tem espaço para meditação, massagens relaxantes, tratamentos corporais e faciais sempre pagos à parte.