segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Exposição Claude Monet

Femme au jardin
Faz 30 anos que Claude Monet, um dos mais importantes pintores do impressionismo, não recebe uma homenagem como a mostra que está atualmente em cartaz no Grand Palais, em Paris. Organizada pela Reunião de Museus Nacionais e pelo museu D'Orsay, a exposição traz mais de 150 obras do artista vindas de diversos museus da França, como L'Orangerie, Louvre, Petit Palais, Luxembourg, Beaux-Arts André-Malraux, entre outros.

A exposição, dividida em 17 seções, como Fontainebleau, Normandie, Paris, Méditerranée, Natures mortes, entre outros, retrata os 60 anos de sua carreira, desde o início dos anos 1860, passando por seus últimos quadros, como o ciclo das Ninféias, do museu L'Orangerie, até sua morte, em 1926. 
 
Ao sair de Paris, em 1883, o artista se mudou para Giverny, uma cidade que fica na Normandia e onde funciona atualmente a Fundação Monet. Ao lado de artistas como Edouard Manet, Auguste Renoir, Edgar Degas, participou do movimento no fim do século 19 que ficou conhecido como impressionismo. Foi um quadro seu, aliás, que batizou: "L’Impression, soleil levant", que não está na exposição, mas pode ser visto no museu Marmottan Monet.

En Norvégienne
Sua arte transformou a prática e a compreensão da pintura e da paisagem. Durante todo o tempo, Monet nunca perdeu de vista a variedade de sensação, de modo que pintou uma mesma paisagem em diversos horários e em diferentes épocas do ano, para variar a luz que incidia sobre o local.

Em 1890, ele colocou fim às controvérsias, uma vez que se tornou, tanto na imprensa nacional quanto internacional, um dos principais pintores de paisagem na França, ainda que o Estado nunca tenha comprado nenhum quadro seu. Suas obras, no entanto, se vendem bem não apenas na França, mas também a colecionadores americanos, sempre os mais numerosos.

A mostra pode ser acompanhada de audioguias em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. O catálogo da exposição, com 384 páginas e 300 ilustrações, custa 50 euros. A visitação está aberta todos os dias até 26 de janeiro, das 10h às 22h, sendo terça-feira até 14h e quinta, até 20h. Durante as férias escolares, o horário passa a ser das 9h às 23h, exceto dia 25 de dezembro. A entrada custa 12 euros.

Galeries nationales du Grand Palais 3, avenue du Général-Eisenhower, 75008, Paris, tel.: 01 44 13 17 17, www.monet2010.com

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Hôtel Lutetia, Paris

Vista voltada para a Torre Eiffel

Para comemorar seu centenário, o luxuoso hotel Lutetia, em Paris, está tendo e ainda terá um ano cheio de festividades. Entre as comemorações, lançamento do livro ilustrado com fotos antigas que dão conta de apresentar a história do empreendimento que se confunde com a própria cidade (e o país, uma vez que o Lutetia passou por duas grandes guerras), selo de colecionador, champagne Taittinger personalizado (50% de Chardonnay e 50% de Pinot Noir), perfume d’Empire (com notas de vanila de Madagascar e patchouli da Índia). Na parte de gastronomia, os Menus Centenaires são preparados especialmente para a ocasião pelo chef Philippe Renard nos restaurantes Paris e Brasserie Lutetia.

Marilyn Monroe foi retratada por Vik Muniz
Neste centenário, o Lutetia, que tem o mesmo nome com o qual Paris foi batizada pelos celtas, seus primeiros habitantes, faz também uma homenagem a quatro artistas, incluindo o brasileiro e habitué Vik Muniz. Isso porque uma das suítes, que representa a América do Sul, é dedicada a ele e, portanto, é enfeitada com fotos de suas obras. Entre os destaques, Brigitte Bardot em diamantes, da série Diamond Divas; Marilyn Monroe de chocolate, vendida em leilão da Sotheby’s por mais de R$ 500 mil; e a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, formada com peças de quebra-cabeça.

A construção do hotel, que durou três anos, teve a direção de dois grandes arquitetos da época: Louis Hippolyte Boileau e Henri Tauzin. A grande festa de inauguração do prédio art déco aconteceu em 28 de dezembro de 1910. O objetivo dos donos, porém, era hospedar principalmente os compradores do Bon Marché Rive Gauche, também de sua propriedade. A fachada, quando foi concebida, deveria dar o tom e refletir o caráter de prestígio do estabelecimento e, para tanto, foi confiada aos escultores Léon Binet e, em seguida, a Paul Belmondo (o pai do autor), que deram o toque art déco.

Ao todo, o hotel oferece 60 suítes e 230 acomodações mantidas no estilo clássico dos anos 1930. Em um dos quartos, que é conhecido como europeu, a vista é para o Bon Marché e a decoração é toda art déco, incluindo móveis originais de 1910. Um exemplo temático é a suíte Littéraire, que contém uma grande estante repleta de livros à disposição do hóspede. Na área comum, oito salões, sendo um de baile com obras de arte por todos os lados. No restaurante Paris, a tabble Baccarat é exclusiva e composta por cristais da marca francesa, com todo o colorido que se pode ter. Quem prefere sentir a efervescência francesa, nada como a Brasserie Lutetia.

História mundial
De 1914 a 1918, o hotel foi solicitado pelas autoridades em consequência da Primeira Guerra Mundial. Porém, como está localizado à margem esquerda do rio Sena, na Rive Gauche, espaço muito tempo frequentado por amantes da boemia e por intelectuais, como Benjamin Constant e Victor Hugo, o hotel também teve a presença desses ilustres, como Antoine de Saint-Exupéry (autor de O Pequeno Príncipe), o pintor Matisse, assim como inúmeras outras personalidades, como Catherine Deneuve, a eterna Belle de Jour. E, nos anos 1930, o Lutetia se transformou em ponto de encontro do mundo literário, como o escritor francês e ganhador do prêmio Nobel Roger Martin du Gard.

Nos anos 1940, foi a vez de os alemães ocuparam o local, já que no mundo explodia a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, o general Charles de Gaulle ajudou para que os estrangeiros fossem deportados a partir da Gare D’Orsay. De 1950 a 2000, o hotel pertenceu à família Taittinger, a mesma que fabrica um dos champagnes mais famosos da região. Pertencente ao grupo Hôtels Concorde desde 1973, o Lutetia passou a ser de um grupo americano Starwood Capital. Em 2010, como as pessoas costumavam fumar no bar e já não é mais permitido, o Lutetia inaugurou o fumoir, espaço para os amantes do tabaco e, como definem, é uma verdadeira viagem ao coração de Havana, em Cuba. Outro destaque é o SPA Lutetia, que propõe menu de serviços destinados ao bem-estar.

Arte e luxo

Bar do hotel, onde acontecem os concertos de jazz

Um passeio pelos corredores do hotel é uma viagem ao tempo, é presenciar a história viva do século 20, mesmo que você não pertença àquele país. É poder conhecer um pouco como as pessoas viviam, o que usavam, o que pensavam... E o melhor: poder usufruir de tudo aquilo e saber que muitas coisas permanecem mais vivas do que nunca!

O Lutetia respira jazz, arte e reflete a vibração do arrondissement onde está localizado, o sexto, a efervescência literária e artística das pessoas e dos escritores, músicos, artistas plásticos que ocupam as mesas dos cafés dos arredores para ler, escrever, pensar, discutir suas ideias sociais e política de cada época. O endereço é também rodeado por maisons de luxo de moda, beleza e bem-estar. Também ali perto estão museus como o Rodin, o Luxembourg, além do jardim de mesmo nome. Bem pertinho ao hotel estão charmosos bares, bistrôs, brasseries e restaurantes premiados.

Obra de arte
Prova das manifestações artísticas do hotel são as esculturas e as obras de arte espalhadas pelo lobby e pelos corredores do hotel. Entre eles, a escultura em homenagem a Gustave Eiffel. No corredor entre o lobby e o bar há exposição que é trocada a cada semana por conta da comemoração do centenário. Da janela, é possível avistar o principal símbolo da Cidade Luz, a Torre Eiffel.

O endereço é também local aonde as pessoas vão para ouvir e apreciar o jazz. O chef concierge do hotel, Jean-Luc, que está lá há 38 anos, diz preferir a parte da noite, quando a “luz se torna mais doce e quando tocam o jazz em um ambiente silencioso. É então quando o tempo parece ser suspenso, é como se estivesse entre dois mundos”. Além dele, outros funcionários estão há bastante tempo na casa, como o mensageiro Mohammed, há 30 anos, ou o maître Camille, há 20.

Entre os hóspedes, o mais comum é ver norte-americanos, asiáticos, de maneira geral, mas também franceses e europeus. Os brasileiros já descobriram o Lutetia e compõem uma fatia pequena de ocupação, de 7% (principalmente vindos de São Paulo e Rio de Janeiro), mas que vem crescendo a cada ano. É que de bom gosto e bom atendimento todo mundo gosta. E se acostuma fácil!

Hotel Lutetia 45, boulevard Raspail, 75006, Paris, tel.: 0-800-050-011

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