quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Penthouse George V


Inaugurado há pouco mais de um mês, a Penthouse do Four Seasons Hotel George V, em Paris, tem 170 metros quadrados com vista sobre a Cidade Luz. No oitavo andar, a penthouse foi projetada como um apartamento, e traz mistura sutil de mobiliário antigo e contemporâneo.

No centro da sala, uma coluna resguarda o míni-bar e uma biblioteca com edições antigas. Há ainda tapete de lã, paredes revestidas a seda dourada, cômoda estilo século 18 e uma réplica de Edgar Degas ao lado de um belo livro de pinturas do Louvre.

Além de todo o luxo que envolve a suíte, cujo chão é revestido por mármore Travertino, a vista para a cidade é estonteante. Em frente, está a Catedral Americana, à direita a Torre Eiffel, mais longe os telhados dos Invalides, à esquerda, os de Madeleine, da Ópera de Paris e do Panteão.



A criação da suíte ficou a cargo do arquiteto de interiores Pierre Yves Rochon, responsável por interiores dos maiores hotéis de luxo do mundo. Para este trabalho de alto nível ele reinventou as regras de um apartamento requintado e acolhedor a partir de uma sala de estar, de um quarto, de uma sala de jantar de inverno, de um amplo closet e de duas varandas, para satisfazer os desejos dos clientes atuais: ficar numa suíte luxuosa sem o parecer.

O foco são pessoas que apreciam o savoir-faire, obras de arte e dão importância aos detalhes e aos materiais nobres que trazem alma a um lugar. “O objetivo era reinventar o conceito de suíte de hotel, criando um verdadeiro apartamento”, explica Pierre Yves Rochon. “Colocamos espelhos em algumas paredes das varandas para criar novas perspectivas, atenuar as separações, ver Paris mesmo quando lhe viramos as costas. Trabalhamos seguidamente tendo por base duas cores, o verde e o preto, para tornar estas varandas em um espaço verdadeiramente vivo. Quanto ao interior, procurei romper com a decoração usual das suítes de hotel de luxo, trabalhar os espaços à escala humana tornando-os mais calorosos, criando um local de habitação verdadeiramente acolhedor.”

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Impressionismo: Paris e a modernidade

O Lago das Ninfeias, Harmonia Verde, de Claude Monet

Ao todo, 85 obras dos movimentos Impressionista e Pós-Impressionista vão ficar expostas até o dia 7 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo. A mostra “Impressionismo: Paris e a modernidade” é composta por quadros que vieram do Museu D’Orsay, de Paris, um dos mais importantes do mundo.

Esta é a primeira vez que o museu francês, que reúne importantes nomes como Claude Monet, Vincent Van Gogh, Édouard Manet, Paul Gauguin, Auguste Renoir, Toulouse-Lautrec, expõe parte de seu acervo em um país da América do Sul.

As obras traçam o recorte sobre o crescimento de Paris, a vida moderna, a fuga da cidade para o interior, além da cor e da luz do final do século 19. O nome do movimento foi escolhido a partir da obra “Impressão, Sol Nascente” (1872), de Claude Monet, que estava na primeira exposição pública de artistas em 1874. O termo, na verdade, saiu do artigo “A Exposição dos Impressionistas” escrito pelo crítico de arte Louis Leroy, no século 19, como um insulto aos artistas.

O Salão de Dança em Arles, de Van Gogh
A mostra, que ocupa todos os andares do CCBB, é dividida em diferentes seções: “Paris: a cidade moderna”, “A vida urbana e seus autores” e “Paris é uma festa”, além de “Fugir da cidade”, “Convite à viagem”, “Na Bretanha” e “A vida si­lenciosa”. Além das obras, há uma apresentação audiovisual, com narração do ator Antônio Abujamra, que conta a história dos artistas e de suas respectivas pinturas.

Presidente do Museu D’Orsay e do L’Orangerie, Guy Cogeval, comparou, no dia da abertura da mostra, sábado, 4, a organização da exposição à montagem de uma ópera. “É preciso organizar cantores, instrumentos, tudo até a hora que as cortinas se levantam.” Isso porque foi necessária uma grande operação para trazer os quadros, que atravessaram o Oceano Atlântico em diferentes voos.

Antes de os convidados apreciarem as estrelas do dia, foi feita apresentação de balé inspirada nas bailarinas de Degas e ao som do flautista retratado por Manet.

O projeto arquitetônico da mostra foi feito pela brasileira Virgínia Fienga, também responsável pela reforma realizada em 2011 no D’Orsay. É dela, por exemplo, a ideia de contrapor cores fortes nas paredes.

O Tocador de Pífaro, de Édouard Manet
Curadora da exposição, a francesa Caroline Mathieu explica que os visitantes poderão apreciar as obras mais célebres que representam o movimento. “Tenho a expectativa de que as obras possam sensibilizar cada um, além do compartilhamento desse mesmo prazer.” Ela diz que as obras foram escolhidas a partir de um tema e todos os quadros são todos os movimentos integrados em torno da cidade francesa. O mais importante, ainda segundo ela, é que as obras expostas vêm das salas do Museu D’Orsay e não de reservas técnicas. Para os que forem visitar o museu francês durante este período, ela diz que haverá um pedido de desculpas e a comunicação que o quadro está fora em razão de viagem.

Das 85 obras expostas, ela selecionou três de suas favoritas: “A Estação Saint-Lazare”, 1877, de Claude Monet; “O Tocador de Pífano”, 1866, de Édouard Manet; “O Salão de Dança em Arles”, 1888, de Van Gogh.

A organização está esperando mais de 600 mil visitantes em todos dias de exposição. No primeiro dia, compareceram mais de 10 mil pessoas, que ficaram até três horas na fila. Ao total, 16 mil já acompanharam a mostra.

Depois de ver os quadros e se emocionar com eles, aproveite para tomar um café lá mesmo. O prédio do CCBB remete ao início do século 20, onde funcionou uma das primeiras agências do Banco do Brasil, e tem assinatura do arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior. A arquitetura eclética mistura os diferentes estilos europeus que estavam em evidência na época, como neoclássico, art noveau, art déco. Uma aula de arte e história do começo ao fim da visita!

Museu D’Orsay
Museu funciona dentro da estação de trem D’Orsay, na margem es¬querda do Sena, criada em 1900, para a Exposi¬ção Universal. Desde 1986 foi aberto ao público e, em 25 anos, recebeu mais de 70 milhões de visitantes.

CCBB SP Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo, tel.: (11) 3113-3651
Funcionamento: de terça a domingo, sempre das 10h às 22h
Atendimento a grupos agendados: 7h às 10h
Entrada gratuita

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Taillevent


A poucos passos da avenida des Champs-Élysées e do Arco do Triunfo, o restaurante Taillevent está instalando na antiga mansão do duque de Morny. O diretor Jean-Marie Ancher e o chef de cozinha Alain Soliveres, no comando desde 2002 – e o sexto chef desde 1946 –, recebem o cliente em um ambiente refi nado, repleto de madeira e obras de arte.

Especializada em vinhos, a casa hoje em dia pertence à família Gardinier e é comandada por três irmãos, cujo savoir-faire está ligado ao vinho e à gastronomia francesa. Fundado em 1946, o restaurante começou a ser gerenciado e desenvolvido pela família Vrinat, que se transformou em proprietários e parceiros com os negócios do vinho.

Além de ser uma das mecas da cozinha francesa, o restaurante é a testemunha privilegiada da cultura, economia e política parisiense.

Em 1948, o Taillevent recebeu a sua primeira estrela Michelin, conceituado e respeitado guia que norteia a qualidade gastronômica. A segunda veio pouco tempo depois, em 1954. A terceira permaneceu de 1973 até 2007. “Queremos a terceira estrela de volta, mas não ficamos pensando nisso. Sabemos que é necessária uma combinação de comida e serviço”, explica um dos sócios.

Cardápio
O menu degustação Saveurs et Découverte (sabores e descoberta) traz oito pratos sugeridos pelo chef Alain e custa 195 euros por pessoa. No cardápio, o alerta: “Nossas carnes bovinas são nascidas, criadas e abatidas na França”.

A carta de vinho é dividida por região: Alsácia, Bordeaux brancos e tintos, Borgonha brancos e tintos, Provence, Vale do Loire, Vale do Rhône e outras. Os vinhos internacionais estão na parte “vinhos do mundo”: Eslováquia, Espanha, África do Sul, Austrália, Suíça, Nova Zelândia, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Portugal e Líbano, sempre com a safra especificada.

Caso nenhum dos itens agrade ao cliente, o cardápio informa que há uma carta com outros 1.800 rótulos à disposição. Aqui, os preços partem de 28 euros, mas podem chegar a 1.800 euros. No livro, porém, o mais caro alcança o valor de 18 mil euros! Trata-se do Château Lafi te-Rothschild, safra 1846 (Bordeaux). Na adega, há três garrafas. “Eram quatro, mas, como o vinho evapora, mandamos para a fábrica e voltaram apenas três”, explica Pierre Bérot, responsável pela seleção dos vinhos no Groupe Taillevent.

Para saborear, desfi lam no cardápio carnes de cordeiro, pato, arroz de bezerro, filé bovino e outras. Como entrada, fois gras de pato, lagostinis, mil folhas de salmão defumado.

E como nenhum menu é completo se não tiver a sobremesa, as sugestões são Crêpe Suzette ao modo Taillevent, Mil Folhas, Fondante de maçã, torta de chocolate, sorvetes e sorbets. Tudo com aquela apresentação à francesa, de comer com os olhos!



Ambiente
O restaurante possui diversas salas. A Lamennais é um ambiente acolhedor, com obras de arte contemporânea e objetos de arte moderna, como os quadros de Naggar, as litografias originais de Friedlander e Piza. Já a sala Trianon apresenta mesas redondas, espaço luminoso.

Para um grupo de seis a 12 pessoas, Le Salon Guimet é intimista e o local onde o duque de Morny recebeu o imperador Napoleão III. Atualmente, o salão de estilo asiático é coberto de tapeçaria e laca vermelha, sinônimo de doador de vida e de prosperidade no pensamento asiático. Já o salão Saturne traz painéis de madeira da época de Louis XVI e funcionava o quarto do duque de Morny. A capacidade é de 10 a 36 pessoas.

Além do Taillevent, há dois meses a empresa inaugurou Les 110 de Taillevent, uma brasserie mais despojada e perfeita para um almoço rápido. Esta história, porém, fica para uma próxima vez em Paris.

Taillevent 15, rue Lamennais, Paris 8º arrondissement, tel.: (33) (0) 1 44 95 15 01

*A jornalista Tatiana Babadobulos viajou a Paris a convite do Comité Colbert

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Plaza Athénée

Suíte com decoração clássica: tal como as suítes que ocupam seis andares do Plaza

Já seria excelente se hospedar no Plaza Athénée, hotel na Avenue Montaigne, a mais luxuosa em Paris, por seu serviço, por seus restaurantes terem como chef o renomado Alain Ducasse. Mas há algo a mais. O hotel está próximo à Avenue des Champs-Élysées (a avenida mais famosa do mundo) e monsier Christian Dior costumava ficar aqui quando ainda trabalhava com Yves Saint Laurent, antes de ter a sua própria grife.

Segundo dizem, por gostar muito do hotel, Dior escolheu a avenida para abrir a sua primeira loja. Além dele, outras tantas celebridades selecionaram o Plaza Athénée para serem recebidas durante a sua estada na Cidade Luz.

Nos corredores do subsolo há paredes e mais paredes com fotos dessas pessoas importantes que passaram por aqui, seja da alta costuma, seja do cinema, da música, da política etc. De tempos em tempos, um filme é rodado no Plaza. Um dos mais recentes foi Alguém tem que Ceder, com Jack Nicholson. Além dele, já pisaram o tapete vermelho do Plaza Roman Polanski, Marlene Dietrich, Grace Kelly, Bono Vox, Sarah Jessica Parker. E mais uma lista imensa de celebridades.

Terrace Eiffel Suite
Por falar em Sarah, foi o Plaza Athénée que a sua personagem mais célebre, a jornalista Carrie Bradshaw, do seriado Sex and the City, escolheu para se hospedar durante seus dias na cidade. As cenas dentro do hotel são deslumbrantes, principalmente porque ela fica na Terrace Eiffel Suite, inaugurada em 2006, com vista para a Avenue Montaigne, o rio Sena e, claro, para a Torre Eiffel. As janelas da suíte oferecem visão 360º para o céu de Paris e seus telhados organizados por Georges Haussmann. Isso porque ele foi convocado pelo imperador Napoleão III a transformar Paris da então cidade medieval, para a moderna capital que vemos hoje. O estilo adotado ficou conhecido como estilo francês.

Inaugurado em 1913, o Plaza Athénée fica perto do Champs-Élysées Theatre. Não precisou muito para que o hotel e seus restaurantes se tornassem destino certo dos habitués do teatro que apresentava peças até tarde da noite.

Foi a partir de 1947, porém, que a avenida assistiu à nova transformação. Naquele seu ateliê, monsier Dior costurou o que ficou conhecido como new look e revolucionou a moda feminina. Pouco a pouco, a avenida começou a receber as grandes maisons, como Chanel, Gucci, Dolce & Gabanna e tantas outras.

Ao todo, o Plaza possui 191 quartos distribuídos em oito andares. Dois deles são decorados no estilo art déco (com linhas geométricas); os outros seis, são clássicos. Há quatro suítes master, de 180 a 500 metros quadrados, destino certo principalmente de reis e presidentes. De acordo com Isabelle Maurin, diretora de comunicação do hotel, os hóspedes vêm, principalmente, dos Estados Unidos, Rússia e do Brasil. Ela conta que a embaixada do Brasil na França era próxima ao hotel, que por isso costumava receber muitos brasileiros. “Recebemos o apelido de ‘grande pequeno hotel’”, diz Isabelle, referindo-se ao local aconchegante, agradável e com serviço de primeira.

Embora o hotel tenha passado por duas grandes Guerras – foi inaugurado um ano antes do início da Primeira Guerra Mundial –, não serviu como hospital, tal como aconteceu com o Lutetia e outros hotéis chiques de Paris. Ele sempre foi chique, mesmo durante as guerras, e assim continua até hoje.
Em 2008, para dar continuidade à história de Dior no Plaza, a marca foi escolhida para abrir o SPA no subsolo do hotel. Na parede, croquis assinados por Dior, além de uma grande tela de TV com o último desfile da marca.

O local é clássico, todas as cabines são da mesma cor e o cliente ainda pode comprar os cremes para dar continuidade ao tratamento em casa. A academia é aberta ao público e há um vestiário com armários e todos os apetrechos para o banho ao final.

O Plaza Athénée tem serviço personalizado e o hóspede pode escolher até o tipo do travesseiro que prefere. O café da manhã é servido no quarto exatamente no horário escolhido. Como experiência, em um dos dias que fiquei hospedada, marquei o café para 5h30 (sim, jornalista sofre…) e, pontualmente, alguém batia a porta. Comentei com o garçom que ele estava no horário e ele me respondeu: “Fazemos o possível para atender”. E, por duas vezes que pedi o café no quarto, o horário foi rigorosamente cumprido. Uma pontualidade britânica, mesmo em Paris.

Alain Ducasse au Plaza Athénée, restaurante três estrelas no Guia Michelin

Restôs
Para conhecer a cozinha de um dos chefs mais famosos do mundo, o Plaza Athénée é o destino. Desde 2000, o chef Alain Ducasse supervisiona todos os restaurantes do hotel. Isabelle explica que nada pode ser mexido no cardápio sem autorização de Ducasse. Nem precisa. O restaurante Alain Ducasse au Plaza Athénée, três estrelas no Guia Michelin, tem decoração de Patrick Jouin, discípulo de Philippe Starck e premiado em Milão. Para o local, onde também é servido o café da manhã, o decorador escolheu o estilo Louis XV. Os três lustres no teto são de fazer o visitante perder o fôlego, tamanha é a grandiosidade. Mas de cair o queixo, mesmo, é o menu, que traz uma nova visão da alta gastronomia francesa.

Le Relais Plaza é o bistrô chique do hotel, local escolhido por muitos parisienses que passam por ali e que navegam pelo mundo da moda, dos negócios e do show business. Na última quarta-feira de cada mês acontece o evento Swing’in Relais, com apresentação de jazz. Na segunda segunda-feira do mês, é a vez do Harmonies du Soir. O cardápio é típico das brasseries parisienses. Já La Galerie des Gobelins é o local que fica aberto até a meia-noite e o preferido das pessoas que estão de passagem ou aguardando para jantar. Ali é possível pedir drinques e petiscos.

Foi em 2 de maio que La Cour Jardin reabriu as suas portas com novo cardápio com toque mediterrâneo. O ambiente é incrível, rodeado de verde não apenas no jardim, mas também nas paredes do hotel, com sua trepadeira que forra a fachada inteira, dando ar e cores da primavera parisiense. Não há friozinho que os aquecedores não resolvam. Se chover, os enormes guarda-chuvas dão conta do recado. No inverno, o cour (pátio) se transforma em uma pista de patinação no gelo para as crianças. Local ideal para brincar no Natal, não?

Embora o cardápio seja assinado por Alain Ducasse, o chef de La Cour Jardin é Christophe Marleix. Entre as sugestões, pratos elaborados com lagosta, peixe e carne. O filé com nhoque gratinados é excelente e ao ponto ideal. De sobremesa, sorvete para refrescar a noite!

Le Bar du Plaza é um dos hot spot que precisam ser conhecidos

O bar do Plaza é um caso à parte, um dos hot spot que precisam ser conhecidos, mesmo que você não esteja hospedado no hotel. A decoração é impecável, incluindo um fogo virtual na lareira. O lado de fora foi criado depois que começou a ser proibido fumar internamente. A diretora de comunicação o compara com os bares de Nova York e afirma que ele tem a ver com a cidade. “Muita gente vem conhecer e pode ter sido este o motivo que Sarah Jessica Parker tenha escolhido o hotel para gravar o episódio final do seriado Sex and the City”, explica Isabelle.

No cardápio, petiscos e uma lista enorme de drinques inusitados, apresentados pelo garçom no iPad. Se preferir comer algo que não conste do menu do bar, é só pedir. Os garçons, atenciosos, solicitam para a cozinha do outro restaurante.

Para a temporada, o diretor do bar, Thierry Hernandez, e Sophie Labbé, uma das mais talentosas designer de perfumes do mundo, criaram, juntos, Printemps. Primeiro começaram com a pesquisa de um perfume e de um coquetel que pudesse encantar o paladar e o nariz. Os dois, portanto, uniram suas experiências e criaram o drinque e o perfume que se completam. E, ao pedir a bebida, o cliente leva L’Elixir de Printemps de lembrança para casa.

Outro destaque gastronômico do Plaza Athénée é a criação de Christophe Michalak e Jean-Marie Hiblot, que prepararam doces incríveis não apenas no sabor, mas também na aparência. Na vitrine localizada em La Galerie des Gobelins, o hóspede se encanta com as formas de chocolate: chinelo de dedo (em alusão ao verão), ursinho, barra com o signo personalizado do cliente, entre muitos outros. Luxo e atenção que poucos hotéis têm condições de oferecer ao hóspede e que fazem toda a diferença!

Hôtel Plaza Athénée 25 avenue Montaigne, 75008, Paris, tel.: (0) 1 53 676 665

*A jornalista Tatiana Babadobulos viajou a Paris a convite do Comité Colbert

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pequim, China

Grande Muralha da China se estende até os olhos perderem de vista

A decisão de atravessar o mundo para conhecer a China não é fácil. Já havia pensando em ir para a Austrália, conhecer suas praias, lugares bonitos e gente simpática, que também fica, literalmente, do outro lado mundo. Porém, nunca imaginei que passaria 30 dias na comunista China, com sua culinária nada convencional.

Nas minhas últimas férias contrariei qualquer expectativa e, quando me dei conta, estava fazendo as malas e embarcando para Xangai, uma das portas de entrada para o país. Primeiro destino seria uma província que nunca tinha ouvido falar. Chongqing, já ouviu? Este local, que não sabia existir, no enorme mapa do terceiro maior país do planeta, pasme!, é a maior província do mundo! Chongqing, no Centro Oeste da China, tem 37 milhões de habitantes.

Cidade Proibida, um dos passeios imperdíveis
 
Primeira parada - Pequim
O que tem para fazer em Pequim, ou Beijing, como dizem os chineses, capital da gigante China? Na cidade, escolhi o albergue a fim de ter companhia, comida internacional e banheiro ocidental. Isso porque a comida chinesa que estamos acostumados a comer no Brasil não é a mesma que é servida em Pequim. A que conhecemos só é encontrada na região do Cantão. Em Pequim, a comida é muito mais apimentada. Nem o McDonald’s se livra da pimenta. O único combo é o Big Mac, este igual no mundo inteiro. O prato mais famoso é o Pato de Pequim.

O banheiro também é diferente. O vaso é no chão e não como estamos acostumados. As mulheres precisam ficar de cócoras para fazer xixi, por exemplo. São poucos os locais adaptados, principalmente após a Olimpíada de 2008, quando o país recebeu centenas de milhares de turistas ocidentais para o evento esportivo.

Por ser a capital e destino de muitos turistas, em Pequim os ocidentais não chamam tanto a atenção como em Chongqing. No interior, os  moradores apontam os turistas nas ruas, por reconhecerem seus olhos amendoados. E conversam, puxam assunto e querem saber de onde você é, o que faz da China. De qualquer maneira, dificilmente um ocidental passa despercebido. A comunicação em Pequim é difícil. Poucas pessoas falam inglês, mas a mímica resolve. Principalmente porque os chineses têm boa vontade.

Fica a uma hora de Pequim a Grande Muralha da China, maior construção feita pelo homem que se extende por mais de oito mil quilômetros e teve como objetivo proteger o país durante a China Imperial. Na verdade, a Grande Muralha são diversas muralhas, construídas durante várias dinastias ao longo de dois milênios (começou em 221 a.C. e terminou no século 15, durante a Dinastia Ming).

É possível acessar a muralha em três pontos: Badaling, a 80 quilômetros de Pequim, o ponto mais perto e, portanto, mais cheio. Mutianyu fica a 100 quilômetros e é mais vazio. E Jinshanling está a quase três horas da cidade e é pra quem gosta de aventura! Para subir Mutianyu, a opção que escolhi, há como ir de escada ou pegar o teleférico, muito mais divertido e permite ao viajante apreciar o visual do alto.

Chegando lá, é surreal! A construção continua até os olhos perderem de vista, como se não tivesse fim! Andei, andei, sem parar. Na entrada, há um mapa com dicas do que poderá ser visto. Escolhi o lado esquerdo e andei, andei, sem parar. A altitude, somada ao frio do fim do outono,  além do vento que soprava, era de doer os ouvidos. Mas eu estava na Grande Muralha e o zumbido não me faria parar de andar, apreciar a paisagem e ouvir diálogos do mundo inteiro. E chinesas belíssimas posando para o fotógrafo durante ensaio de moda.

Se subir de teleférico é divertido, escorregar do alto em tobogans especiais, em alta velocidade, é diversão garantida! A descida leva uns 10 minutos e o carrinho lembra aqueles usados pelos personagens do filme “Jamaica Abaixo de Zero”. Na saída da Muralha, é a hora de apreciar a culinária. Como vai muitos turistas, eles economizam na pimenta.

A capital mais antiga do nosso calendário revela sítios e vestígios históricos e culturais, como o Palácio Imperial e o Palácio de Verão. Há ainda a Cidade Proibida e a Praça da Paz Celestial que, para chegar lá, é preciso passar por uma segurança que tem detetor de metais.

Ninho do Pássaro, palco da abertura da Olimpíada
Outro passeio divertido é o Ninho do Pássaro, palco da abertura dos Jogos Olimpícos de 2008. O local é aberto ao público e o visitante pode conhecer o lado de dentro.

O dinheiro chinês é o Renminbi ou RMB. Em novembro de 2011, um real era capaz de comprar 4 RMB. Hoje, diminuiu para 3 RMB. Mesmo assim é fácil se sentir rei no país. Para compras, o ideal é Yashow, um mercado enorme, como se fosse a matriz da rua 25 de março, o comércio popular de São Paulo. É possível encontrar de tudo. São sete andares com muita coisa, incluindo roupas e cacarecos de toda sorte, além de cosméticos e acessórios. O único porém é a origem do produto que, muitas vezes, é falsificado ou genérico.

Uma dica: jamais pague o preço que eles pedem. Jamais! Esse lugar é conhecido pela pechincha. Assim, reserve paciência e pechinche. Por  exemplo: uma calça custa, a princípio, 1.200 RMB. Mas pode chegar a 130 RMB.

Bem próximo, na Sanlintun, bairro das embaixadas, está o comércio de luxo, com grifes europeias e norte-americanas, como Lanvin, Alexaner McQuenn, Montblanc, Apple, Miu Miu, Balenciaga, Versace, Emporio Armani, Furla, Loubotin e outras, que provam que os chineses não estão brincando de serem consumistas.

Barraca onde é possível encontrar espetinhos de escorpião

Na estação de metrô Wang Fu Jing está a culinária esquisita de Pequim. Escopião, barata, lagartixa não são coisas que eles comem  normalmente. Vi até chineses se espantando com as iguarias. Mas provar, nem pensar!

Outro passeio interessante é o Temple of Heaven, um complexo de construções religiosas visitado por imperadores das dinastias Ming e Qing para cerimônias anuais de oração para o céu para boa colheita. Boa pedida para você também pedir o que quer!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Revista Four Seasons

Vista da Penthouse do Four Seasons Nova York

Para atender a demanda dos brasileiros que estão viajando mais do que nunca, a rede de hotéis Four Seasons lança, em português, a Revista Four Seasons, um portal na internet com informações sobre os destinos favoritos dos brasileiros, como Los Angeles, Miami, Nova York, Buenos Aires, Lisboa, Londres, Paris, Milão, entre outros. “O objetivo do portal é informar e inspirar os visitantes com informações sobre viagens, gastronomia, SPA e esporte”, diz Susan Helstab, vice presidente executiva de marketing da companhia.

O site não traz apenas as informações sobre o hotel, mas de todo entorno, com dicas de promoções, compras, restaurantes e os preciosos toques do concierge – que sempre sabe as últimas novidades.
Além do portal, os usuários do Twitter agora contam com o endereço oficial, com dicas sobre destinos e tendências, além de interagir com seus seguidores.

Entre as unidades que mais receberam brasileiros no ano passado está o francês George V e o Four Seasons Hotel New York, cuja suíte mais cara, a Ty Warner Penthouse. A vista de 360° da cidade é um dos destaques, além de nove quartos, biblioteca, personal trainer, mordomo e outros mimos. O room service tem assinatura do L’Atelier, restaurante estrelado pelo guia Michelin. A diária com tudo incluso custa 35 mil dólares.

Fundado em 1960, Four Seasons possui 86 propriedades espalhadas em 35 países e mais de 50 projetos em desenvolvimento.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Praia do Forte

Como tudo é superlativo, o hóspede recebe um mapa para circular no Iberostar

Está marcada para 2014 a inauguração de um hotel superexclusivo na Praia do Forte, litoral norte da Bahia (localizado no município de Mata de São João), a cerca de uma hora do Aeroporto Internacional Luis Eduardo Magalhães, em Salvador. A iniciativa é do Iberostar, rede espanhola de hotéis que já possui outros dois resorts no mesmo complexo: Bahia e Praia do Forte, inaugurado em 2008, dois anos depois do primeiro.

Ainda que o resort superexclusivo não esteja pronto, o Iberostar Praia do Forte não deixa nada a desejar. Ele ocupa a categoria premium cinco estrelas e oferece 536 apartamentos, de 46 m², equipados com TV LCD 32 polegadas, minibar, acesso à internet (pago à parte), cafeteira. Se por dentro é tudo isso, do lado de fora é um espetáculo. Isso porque quase todos os apartamentos têm vista voltada para o mar azul baiano, cuja praia é rodeada por coqueiros, formando uma paisagem de perder o fôlego nas primeiras luzes da manhã. Basta abrir a cortina da suíte e se deparar com a maravilha que está aos pés do hóspede, que ainda conta com todo tipo de luxo e conforto que um resort pode proporcionar.

Como tudo por aqui é superlativo, assim que o hóspede realiza o check-in já recebe um mapa com as dependências do hotel, onde ficam os restaurantes, o local para retirar as toalhas de piscina etc. Nessas informações também estão disponíveis os horários de funcionamento de cada restaurante. Ótimas dicas para não se perder e dar de cara com um deles fechado. A questão é que, se um estiver fechado, sempre existe outra opção.

Resort conta com seis piscinas com bordas infinitas
Além da praia em frente, de areia grossa e muita brisa, há opção mais cômoda, a preferida pelos brasileiros: seis piscinas com bordas infinitas que, juntas, somam 4 mil metros quadrados. Com o calor que faz na região, inclusive no outono, com certeza é um dos locais mais disputados pelos visitantes que ocupam, durante o ano todo, média de 70% dos apartamentos disponíveis.

Com sistema all inclusive, o hóspede não precisa se preocupar com nada. Café da manhã é servido no restaurante Pelô. Em sistema de bufê, as opções são incontáveis. Todos os quitutes são preparados pela própria cozinha do hotel. Como fiquei hospedada no Iberostar Praia do Forte apenas durante um final de semana, seriam necessários uns 10 dias para provar todas as guloseimas servidas na primeira refeição do dia! São pães de tudo quanto é tipo, frios, frutas, iogurtes, tapioca com recheios doces e salgados, croissants, geleias, sucos, vitaminas…

Para o almoço, há duas opções: o bufê novamente no Pelô, ou os pratos leves do restaurante Maresia, localizado mais próximo à piscina e perfeito para refeições. O bar molhado, como é conhecido o Yemanjá, fica dentro de uma das piscinas, do “lado agitado”, serve bebidas com e sem álcool. Companhia perfeita para aproveitar os finais de tarde, dentro da piscina, com o calor de 30ºC que faz na cidade.

Para jantar, porém, as opções são muitas. Além do bufê do Pelô e do Maresia, o cliente ainda tem a opção de três restaurantes temáticos: Do Lago (especializado em cozinha francesa), Odoyá (culinária típica baiana), Mai Tai (culinária oriental). Para frequentá-los é preciso fazer reserva. Dependendo da quantidade de noites de hospedagem, o cliente pode escolher de duas a três opções.

O francês é o único que exige etiqueta de vestimenta. Homens só entram vestidos com calça e sapatos fechados. A mesma exigência não é feita para os demais. Apenas que não estejam vestindo roupa de banho…

O serviço é de primeira. O cardápio, no caso do restaurante Do Lago, oferece três opções de entrada e três de sobremesa. Para o prato principal, são três de carne e três de peixe. Para degustar, vinho tinto, branco ou espumante. E, para acompanhar com a sofisticação do ambiente, não é permitida a entrada de crianças menores de 12 anos. Até porque dificilmente os pratos vão agradar o paladar delas.

Já no Odoyá, a entrada é servida em sistema de bufê, assim como a sobremesa. E opções não faltam: casquinha de siri, bolinho de bacalhau, mandioca frita (aqui chamada de aipim, mas também conhecida como macaxeira), acarajé com vatapá. Para o prato principal, há outras opções, principalmente os preparados com frutos do mar. E, se ainda quiser cear antes de voltar para o quarto, o Maresia oferece snacks o dia todo, mas à noite as guloseimas passam a ser servidas no Pelô. No frigobar, só há bebidas: cerveja, água, refrigerante. Mas ainda há o serviço de quarto, com opções de lanches para saciar a fome fora de hora – se isso for possível!


Mudança de perfil
Rede espanhola, o Iberostar foi inaugurado no Brasil em 2005 (com inauguração do Grand Amazon, cruzeiro cinco estrelas que navega no Rio Amazonas). A maioria dos hóspedes era formada por turistas europeus. Era. Depois da crise mundial, que se instalou a partir de 2008, o perfil dos frequentadores do resort mudou.

Os brasileiros passaram a tomar conta da maioria dos apartamentos. É claro que os europeus não foram totalmente embora. Os mais assíduos são os alemães, os franceses e os americanos, que não abrem mão da mordomia. No final de semana no qual estive lá era possível observar famílias alemãs e outras estrangeiras desfilando suas roupas de banho na praia e se bronzeando nas espreguiçadeiras da piscina ao final da tarde sob um calor tipicamente baiano de 29ºC em pleno outono nordestino.

A diversão para as crianças é garantida. Aqui há espaço para elas brincarem, pularem, participarem das brincadeiras organizadas pelos monitores do resort, e deixarem os pais à vontade para curtirem as férias. Para os pequenos, o miniclube é o espaço ideal, além da piscina rasa e do berçário (pago à parte). Os pais que preferirem podem optar pelo serviço de baby sitter (também pago à parte e por hora).

Bar Piatã: o destino dos hóspedes durante o dia todo

Lazer
Aos amantes de golfe, o campo com 18 buracos é a opção de lazer. Há golfistas que se hospedam no resort apenas para jogar, mas não é a maioria. Quem não tem noção de como manusear o taco, professores estão à disposição para dar aulas e ensinar as primeiras tacadas. Não é fácil, é verdade, muito menos sob o sol escaldante da Bahia, mas é um exercício divertido, até mesmo para que o hóspede não se sinta totalmente preso a apenas um local. Ainda que o hotel seja all inclusive, o golfe é pago à parte.

O mesmo acontece com a estrutura do SPA. Tanto as áreas úmidas, com as piscinas de águas mornas e quentes, como os tratamentos corporais e faciais são oferecidos à parte.

O SPA Sensations fica justamente no limite entre as unidades dos resorts Bahia e Praia do Forte. Por isso, pode ser desfrutado pelos dois públicos. Ao todo, são quase 2.700 metros quadrados, com nove salas de tratamento, piscina térmica coberta, sauna, hamman (banho turco), salão de cabeleireiros, loja, vestiários e academia de ginástica. Ao todo, são 20 tipos de massagens ou tratamentos oferecidos, como a massagem relaxante (perfeita para desestressar da correria da cidade). Os profissionais são treinados pela grife francesa Germaine de Cappuccini.

Depois de aprender direitinho o caminho entre a praia, o restaurante e o apartamento, e me acostumar com a gentileza e a hospitalidade  baianas, difícil é voltar para casa – e para o outono de São Paulo.

Iberostar Praia do Forte Rodovia BA 99 KM 56, Praia do Forte, Bahia, tel .: (71) 3676-4200

*A jornalista Tatiana Babadobulos se hospedou no Iberostar Praia do Forte a convite do resort

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Xangai

Xangai: uma das cidades mais novas da China que reserva surpresas encatadoras ao turista que procura por compras, passeios e boa comida!

Em Xangai, arquitetura moderna é destaque na cidade chinesa


Foi apenas em 1927 que Xangai ganhou o status de cidade. Cidade nova, portanto, para os padrões mundiais, sobretudo para a China, país que tem mais de quatro mil anos de história. A partir da dinastia Yuan, em 1292, Xangai era designada como um condado, administrado pela prefeitura de Songjiang. Antes disso, durante a dinastia Song (960-1279), Xangai era uma vila, com economia baseada na pesca e no setor têxtil, e ganhou status de cidade-mercado em 1074.

Xangai é uma das maiores cidade da China e um importante centro industrial e financeiro, principalmente por conta de seu grande porto, ganhando maior importância no século 19. O nome da cidade, grafado Shanghai, pode ser traduzido  como “no mar”. Por ser banhada pelo mar da China Oriental e por ficar junto à foz do rio Yang-Tsé, Xangai se desenvolveu.

A capital do país, Pequim, não tem a mesma importância financeira, tanto quanto tem Xangai. E, apesar da elevada densidade populacional, o custo de vida não se compara ao custo de quem vive em Hong Kong, por exemplo. Lá é tudo mais caro, ainda que Xangai seja mais cara que Pequim. Para se ter uma ideia da bandeirada do táxi, em Pequim é 10 yuan renmimbis, em Xangai 14 e, em Hong Kong, 20 dólares de Hong Kong. (Em 12 de abril de 2012, 10 yuan renmimbis equivalem a 2,89 reais e 12,30 dólares de Hong Kong.)

Xangai é mais cosmopolita que Pequim, mais moderna. A arquitetura é mais europeia, ao contrário da capital. Pequim possui muitos estrangeiros, mas a qualidade deles em Xangai é maior: gastam mais. As lojas de grife, principalmente europeia, estão por toda parte. Assim como é mais efervescente à noite, com restaurantes para todos os gostos.

Estive em Xangai por três dias, e foi do aeroporto de Pudong que partiu o meu voo de volta para o Brasil. Então, antes de começar a dura jornada sobre os mares, fiquei três dias no centro da cidade. Era fim de novembro, fazia frio e chovia assim que cheguei. Escolhi o Four Seasons Hotel, localizado próximo à Nanjing Road, para me hospedar. O atendimento foi dos melhores. E, para sair do hotel, a localização é excelente, já que é na Nanjing Road que estão diversas lojas e opções de restaurantes. E dá pra fazer tudo a pé.

Para ir mais longe, é fácil conseguir um táxi. Porém, como a comunicação fica complicada, já que os taxistas não falam inglês, o concierge do hotel escreve o endereço pretendido no idioma deles. E, para retornar, o mesmo cartãozinho contém o endereço do hotel. Perigoso, por se tratar de um cinco estrelas? Talvez, mas não tive problema nenhum e fui e voltei o tempo todo que quis.

Apenas uma experiência ruim com o taxista: quando mostrei o endereço de um restaurante que pretendia ir, o motorista me disse que não sabia chegar ao local e pediu que eu descesse e procurasse outro táxi. Quando contei o evento a uma gerente do hotel, ela me disse que essa prática é normal, e evita que o motorista fique dando voltas desnecessárias e enrolando o cliente. Ah…

Pois bem. Apesar de Xangai ter diversos estrangeiros zanzando por suas ruas e avenidas, nunca será suficiente para que você, ou eu, no caso, passe despercebido. Os ocidentais, de maneira geral, são sempre alvo dos chineses. Chamamos atenção por  nossos olhos amendoados por onde quer que passemos. E eles não têm pudor: vêm puxar assunto, com o inglês que estão aprendendo atualmente na escola. E querem saber de onde você vem: “Sou brasileira, ba xi da”, digo, no idioma deles. O grupo de adolescentes de Pequim, que passa férias em Xangai, cai na risada e quer saber o que uma garota como eu faço sozinha pelas ruas frias da cidade. “Estou em férias. E vocês, o que fazem a esta hora na rua?”, pergunto, já que estamos passeando sem destino pela Praça do Povo (People’s Square), no distrito Huangpu. Tal como em Pequim, a praça é protegida (existe uma passagem subterrânea para chegar lá), mas cheia de lagos, árvores e muita, muita gente. Em cinco minutos de conversa descobrimos as diferenças culturais, lembramos-nos do jogador Ronaldo (que eles pronunciam “Lonaldo”) e como essa troca é importante para ambos os lados.

Quando digo que vou ao museu, no mesmo distrito, uma das meninas diz que não é hora, que o melhor é acompanhá-los a um chá. Declino ao convite e sigo para o Museu de Xangai, onde, novamente, sou abordada por um jovem casal de chineses. Vivem em Xangai mesmo. Mas desta vez aproveito o papo e peço para tirar fotos minhas em frente ao monumento. Várias, digo. E, entre um clique e outro, conversamos um pouco sobre o Brasil, São Paulo e a vida de turista na China.

Porcelana é um dos itens do Museu de Shanghai


No museu, pude conhecer um pouco da antiga arte chinesa nos quesitos porcelanas e mobiliário, por exemplo. Há trajes típicos, papiros e outros objetos em exposição. E muita gente, é claro.
O atual prédio do museu, localizado na People’s Avenue, foi construído em 1993 e inaugurado em 12 de outubro de 1996. O projeto tem assinatura de um arquiteto local, que traz topo redondo e a base quadrada, simbolizando o antigo conceito chinês do mundo como “céu redondo, terra quadrada”.

Ao todo, são mais de 120 mil peças, incluindo bronze, cerâmicas, caligrafia, mobiliário, jades, moedas antigas, pinturas, esculturas, arte das minorias e da arte estrangeira divididas em 11 galerias e três salas para exposições temporárias.

Outro passeio interessante é o Old French Concession, que fica em Puxi Central (distrito de Huangpu), com as lojinhas de souvenires e perfeitas para quem busca porcelana, principalmente jogos de chá completos.

As lojas de grife, como Louis Vuitton, Ermenegildo Zegna, Cartier, Tiffany & Co., a francesa Sephora ficam próximas à disputada Apple, loja de dois andares na galeria Kong Kong Plaza, que fica no número 282 da Huaihai Zhong Road.

Adega do Kartel oferece cerca de 250 rótulos de vinhos


Badalar
O Kartel é um wine bar que funciona no quinto e último andar de um prédio em Shanghai French Concession, um bairro que mistura residências com comércio em uma convivência harmoniosa, com prédios de arquitetura que misturam estilos europeu e chinês. E os dois designers responsáveis pelo ambiente, Thomas Dariel e Benoît Arfeuillere (do Dariel Studio), queriam brincar com esses contrastes, para ser elegante e provocar a herança do distrito onde está localizado.

No final de novembro, quando fazia muito frio e chovia na cidade, o terraço não pode ser usado, mas o lado de dentro é extremamente confortável, com decoração despojada e moderna, com paredes de concreto expostas, mostrando o aspecto da arquitetura original do ambiente. Antigas banheiras fazem às vezes de sofás, e os chuveirinhos remetem ao utensílio de banho. O mobiliário também é bem cuidado, com influências asiáticas e europeias, como a cadeira que remete à Dinastia Ming (1368-1644).

No bar, toca jazz bem agradável, além da incrível vista da cidade. Kartel existe há menos de seis meses em Xangai e o responsável é Vincent Landais, um francês que vive há três anos na cidade. Os coquetéis são de autoria de Sebastien Bornefois, que veio do Bar Rouge, um dos mais badalados de Xangai. De vinho, ao todo são 250 rótulos, mas a carta vai mudando. Nas mesas, a rotatividade é grande e metade dos frequentadores é ocidental. O sommelier, que veio do sul da França, viveu quatro anos em Nova York. “Vi a oportunidade e resolvi tentar. Não tenho vontade de voltar para a França neste momento”, conta Landais. “É bom viver ‘over seas’. Amo o meu país, mas não pretendo voltar.”

Ele conta que veio para Xangai a convite de um amigo, que queria um embaixador do vinho. “Aqui há tradições e muitas pessoas. É como Nova York há 20 anos. E a cidade precisa de tudo pra continuar crescendo. Pensei em abrir um wine bar, já que não havia. Há muita coisa a ser feita na cidade. Tóquio é ainda o melhor lugar para se comer. Mas talvez Xangai chegue lá”, acredita.

Qin The SPA é uma das delícias descobertas do Four Seasons Shanghai


Onde ficar
Four Seasons Hotel Shanghai é um dos pontos de encontro dos executivos que frequentam a cidade. Estrutura para atendê-los é que não falta, incluindo o business center e um restaurante no último andar perfeito para os coffee breaks. O café da manhã, em sistema de bufê, é uma ótima pedida. Os garçons são atenciosos, incluindo um deles que vinha me perguntar sobre a programação do dia. Foi ele, aliás, quem me recomendou o museu, principalmente por conta da chuva.

O restaurante chinês do Four Seasons, o Si Ji Xuan, oferece almoço com uma larga seleção de pratos; no jantar, há opções de especialidades chinesas e frutos do mar frescos. No menu, está a culinária cantonesa, ou seja, aquela que estamos mais acostumados e é menos condimentada do que usualmente é no restante na China. Há ainda o Steak House, em estilo ocidental, que funciona apenas no jantar e traz cortes de carne, frutos do mar e uma extensa seleção de saladas.

Outro serviço importante do hotel é o SPA, que acaba de ser reformado e é um  verdadeiro deleite, principalmente para melhorar os efeitos colaterais do jet lag. Qin The SPA é um santuário urbano que oferece tratamentos corporais e faciais, incluindo para casais. Ao todo, são mais de 35 tratamentos de beleza inspirado em rituais antigos e métodos de tratamento da tradicional medicina chinesa. Há ainda service de manicure e pedicure, espaço para consulta de acupuntura, além de reflexologia. Há ainda saunas separadas para homens e mulheres, salão de cabeleireiro que funciona em um andar diferente. Tudo para que o hóspede se sinta completo. E em casa, mas sem esquecer que está desfrutando de serviços cinco estrelas. Simples assim!

Four Seasons Hotel Shanghai 500, Weihai Road, tel.: 86 (21) 6256-8888
Kartel 1, North Xiangyang Road, 5º andar, Xangai
Shanghai Museum 201, People’s Avenue, Xangai, tel.: 86 (21)6372-3500

quarta-feira, 21 de março de 2012

Angra dos Reis

Hotel em Angra dos Reis ganhará novo conceito, além de três vilas residenciais

Quem já esteve em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, no mínimo já ouviu falar no Hotel do Frade, localizado na Costa Verde da cidade. A localização, aliás, é privilegiada, já que é pé na areia, com uma praia de areia branca e águas claras, e ponto de partida perfeito para as 365 ilhas da baía. Não é à toa que muitos proprietários de lanchas e iates do litoral fluminense procuram a marina local.

Construído há 40 anos, porém, o hotel não vai mais existir. O nome continua, embora escrito de outra forma e com outro conceito: Frad.e Hotel Marina Golf & Vilas. O nome está mais jovem, mais pop, mais moderno. Em um ano, será inaugurada uma nova fase, que consiste em hotel de charme e vilas residenciais destinados a um público seleto.

Edison Kara José, presidente da construtora Kara José, empreendedor que assumiu o resort há pouco tempo, explica que vai transformar a área. “O Frade foi o primeiro resort e hoje tem 750 casas. É um dos únicos lugares no Brasil que possuem marina e golfe juntos”, diz. Ou seja: lugar perfeito para a família que curte barcos e jogos, já que o campo profissional tem 18 buracos e é lindo, pois está construído em meio às ruínas. A ideia é preparar o campo para receber campeonatos, pois há muito está esquecido.

Atualmente, Miami é a cidade concorrente de Angra e, com a crise econômica mundial, barco está na moda no Brasil. Então, as pessoas que possuem iates, lanchas etc., procuram esse tipo de estrutura de condomínio, que reúne lazer, facilidades de marina e acomodações de luxo. Nos 100 mil metros de área que hoje está o hotel será erguido um residencial com 153 casas dividas em três vilas e hotel com 56 suítes exclusivas. Se hoje são mais de 200, a redução na quantidade, porém, será acrescentada no tamanho, já que as suítes, hoje com 33 metros quadrados, deverão ter 120 metros quadrados. “Angra nunca teve hotelaria de peso e hoje a cidade precisa de uma renovação em todos os sentidos. Não vamos fazer apenas uma reforma, faremos a mudança de conceito”, completa Kara José. Isso porque o local vai abrigar também um centro de veraneio com restaurantes, lojas, quadras de tênis cobertas, squash e SPA de 1.500 metros, com administração da SPA Collection. Para as crianças o SPA Kids oferecerá atividades lúdicas e opções de exercícios saudáveis e relaxantes.

O heliponto também será ampliado, de modo a oferecer maior conforto aos hóspedes e proprietários. Já a marina, deve passar a receber 150 barcos (e não os 120 atuais). Com concierge à disposição, os futuros proprietários poderão utilizar os serviços e espaços do Hotel do Frade pelo sistema pay-per-use.

Marina será ampliada e deverá receber 150 barcos
  
Vilas
A Vila Maris vai ficar de frente para a praia. Os imóveis, com 297 metros quadrados e quatro vagas na garagem (e coberturas com 594 metros quadrados e cinco vagas), contam com duas varandas, uma de frente para o mar e a outra para o jardim. A Vila Acqua temcoberturas com 501 metros quadrados e 4 vagas). Para finalizar, a Vila Natura foi projetada para quem não abre mão da conveniência, já que as casas são funcionais e possuem 160 metros quadrados e duas vagas ou coberturas com 321metros quadrados e três vagas.

A arquitetura das casas está sob a batuta do escritório Bernardes e Jacobsen, que possui muitos projetos em Angra dos Reis.

O prazo final para término das obras, que começam em três meses, é de três anos e recebeu investimento de R$ 350 milhões. No entanto, o hotel novo já fica pronto em um. Até lá, a estrutura continua atendendo aos visitantes, ainda que em quantidade reduzida de apartamentos. As diárias, que hoje custam R$ 400 em média, devem passar a custar R$ 1.200. Para se ter uma ideia do sucesso do projeto, das 153 casas disponíveis, 60% já foram vendidas. Kara José conta ainda que, embora o perfil do Frade seja composto por 80% de paulistas, o projeto atraiu investidores de Minas Gerais e também do Rio de Janeiro.

Projeto de como será o quarto
 
No quesito sustentabilidade, o Frade agora terá apoio do Instituto-e, ONG voltada para soluções sustentáveis, que identifica e apoia os critérios socioambientais e econômicos, além de promover ações com foco na cultura. Além dos serviços exclusivos desenvolvidos pelo Frade, este projeto recebeu investimentos em sua infraestrutura urbana, como captação de energia solar, tratamento e distribuição de água, tratamento de esgoto, além de coleta de lixo própria.

*A jornalista Tatiana Babadobulos viajou para Angra dos Reis a co vite do Frad.e Hotel Marina Golf & Vilas

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Hong Kong


Lugar onde o ocidente e o oriente se encontram. Essa talvez seja a melhor definição de Hong Kong, cidade localizada do outro lado do mundo e que, até 1997, era território britânico. Como ficou nas mãos do Reino Unido desde a Guerra do Ópio, em 1842, as influências europeias são nítidas, mesmo agora, que trata-se de uma cidade chinesa. Ao mesmo tempo em que vemos o povo oriental com seus olhos puxados, a mão da rua é ao contrário.

Ao todo, Hong Kong conta com cerca de oito mil edifícios com mais 14 andares. Mas não é apenas dos grandes prédios, da diversão na Victoria Harbour e dos noodles que o local vive. A cidade, aliás, é muito mais que uma cidade: 40% de sua área total é compostas por parques e reservas naturais.

Por ser mais cosmopolita que a China, quem ganha é o turista, que consegue se virar melhor do que do outro lado da baía de Shenzhen, onde está o restante do país. Sem contar ainda a quantidade de executivos engravatados que estão ali para trabalhar, já que Hong Kong é um centro financeiro com economia capitalista desenvolvida e uma das mais liberais do mundo. Segundo o Banco Mundial, Hong Kong ocupa a 30ª posição no mundo na economia e é o quarto Tigre Asiático, ao lado de Cingapura, Taiwan e Coreia do Sul.

Vale lembrar que a cidade tem um alto grau de autonomia em todas as áreas, com exceção de política externa e defesa, sua própria moeda (dólar de Hong Kong e não o yuan renminbi da China), seu aeroporto internacional e política própria de imigração. Brasileiro não precisa de visto para entrar em Hong Kong, mas precisa para entrar na China, por exemplo.

Se redes sociais como Facebook e Twitter, além do YouTube, são bloqueados na China, o acesso aos respectivos sites aqui são liberados. A cidade ainda é considerada zona franca, mas é bobagem achar que vai encontrar na disputada loja da Apple o último lançamento da marca. É preciso fazer reserva pelo site e aí, caro leitor, é missão praticamente impossível.

Passear por Hong Kong é assim: um enorme contraste de pessoas, de idiomas, mas sem deixar de lado as belezas das ruas, do luxo da ilha impresso principalmente nas butiques das grifes europeias que fazem os visitantes sonhar com sapatos, bolsas, relógios de maisons como Piaget, Longchamp, Louis Vuitton, Jimmy Choo e por aí afora.

Cultura
Assim como em toda China, a população de Hong Kong leva o feng shui a sério, que começa com os projetos de construções. Os localizados próximos ao rio, onde há água corrente, são os mais valorizados. Muitos edifícios, como o do hotel Four Seasons, não possuem o número do piso que tem um 4. Isso porque a pronúncia do número assemelha-se à palavra “morte”. Em contrapartida, o 8 soa como “prosperidade”. Em outras palavras, dinheiro.

Com pouco mais de 367 metros de altura, a torre onde está instalado o Bank of China é considerada o símbolo de Hong Kong. A obra tem assinatura do arquiteto chinês-americano I.M. Pei e a forma assimétrica do edifício é de geometria pura, e tem sido comparada a uma planta de bambu. Há especialistas, porém, que dizem que o projeto, baseado em triângulos, não é favorecido, pois a forma é semelhante ao kam chap – urnas usadas para guardar os despojos dos mortos.

No cinema, Hong Kong ganha destaque principalmente nos filmes que incluem artes marciais. São nativos de lá artistas como Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li, além dos diretores John Woo, Wong Kar-Wai. Lee, aliás, possui uma estátua em sua homenagem na Avenue of Stars, que fica ao longo da Tsim Tsa Tsui, em Kowloon. Trata-se de uma versão asiática/oriental da calçada da fama de Hollywood. Bom passeio para um fim de tarde, quando as luzes dos edifícios do lado de lá da Victoria Harbour começam a acender. Um espetáculo! Depois, basta escolher uma entre as centenas de opções de restaurantes por ali e aproveitar!


Passeios
Ir a Hong Kong e não conhecer o Buda Gigante é como ir ao Rio de Janeiro e não ver o Cristo Redentor. A estátua do buda fica em Ngong Ping com uma espetacular vista da montanha de Lantau Island. Para chegar lá, é possível ir de metrô e depois pegar o teleférico que leva ao topo da montanha.

Neste trajeto, porém, há duas opções de cabines: com vidro ou sem. Na primeira, o vidro vai até o chão e permite a visão da paisagem do lado de fora em todas as direções! No caminho, do alto, preste atenção no aeroporto de Hong Kong, que foi construído sobre o mar. E  prepare-se para avistar o buda, distante, provavelmente encoberto de nuvens!

A figura do buda sentado, com a mão direita levantada como forma de abençoar a todos, levou 12 anos para ser finalizada. Para chegar até o local é preciso subir uma longa escada com mais de 200 degraus. É como quando o visitante chega à basílica parisiense de Sacré-Coeur, no alto da colina, em Montmartre. Os pecados já começam a ser pagos no primeiro degrau! Aqui, porém, não há opção do funicular. É preciso respirar e ir! Na volta, há restaurantes para um lanche rápido, Starbucks Coffee (como as outras centenas espalhadas pelo país) e um imbatível gelato italiano.

Outro passeio na cidade combina The Peak com o Madame Tusseauds. Também localizado no alto de uma montanha, The Peak une belas vistas a compras e jantares. Para começar, a subida é feita com um antigo trem, que sobe 396 metros acima do nível do mar. Do alto, a vista que se tem remete às Paineiras, no Rio de Janeiro, um local com mata nativa, próxima ao Cristo. A vista da Tower Peak, torre em formato de meia lua (e lembra o hotel Unique, em São Paulo), é de 360º. É ali perto também que está o famoso Madame Tussauds, museu de cera que tem unidades em Londres, Nova York, Hollywood, Berlim e muitas outras cidades no mundo. Além de artistas asiáticos, como Jackie Chan e Mao Tsé-Tung, é possível tirar fotos ao lado de Angelina Jolie e Brad Pitt, Barack Obama, Lady Di, Alfred Hitchcock e até Homem-Aranha.

O local das baladas atende pelo nome de Lan Kwai Fong, uma rua repleta de pubs que, obviamente, atraem principalmente os ingleses que estão por ali atrás de cerveja quente…

Uma das suítes do Four Seasons Hotel


Onde ficar
Com vista para a Victoria Harbour, o Four Seasons Hong Kong reúne opções para os dois públicos que frequentam a região: empresários e famílias. A localização é perfeita, já que é parte do International Finance Centre (IFC), complexo no coração do distrito central que abriga ainda um centro de compras de luxo à la Shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

Não é à toa, aliás, que o hotel está sempre cheio. A temperatura agradável da região ajuda, já que é sempre mais quente do que na China, embora no inverno, principalmente em janeiro, os termômetros cheguem a 5ºC. Em novembro, enquanto em Pequim as mínimas atingiam 4ºC, em Hong Kong a mínima era de 23ºC.

Com salas de reunião, sala para coffee break e happy hour, piscina com vista privilegiada para a baía (incluindo borda infinita) e fitness center, o hotel ainda oferece todos os aparatos para bebês, como banheira, berço, amenities (da francesa Mustela), umidificador de ar. Para quem quer relaxar, uma pausa no SPA não faz mal a ninguém.

Um dos tratamentos tem a duração de uma hora e meia e inclui esfoliação corporal, banho e hidratação corporal. Mas o tratamento já começa quando o visitante chega à sala de massagem. Os janelões com vista para a Victoria Harbour são um convite à contemplação. E, como não há nada na frente, as cortinas podem ficar abertas principalmente durante o banho na banheira. Há ainda um tratamento contra jet lag. E, após um voo duplo de 12 horas (e fuso horário de 10 horas a mais quando no Brasil estamos em horário de verão), nada mais apropriado.

Caprice é o francês do hotel e possui carta de vinhos com mais de mil rótulos


Para comer
Há três restaurantes no Four Seasons, além do Blue Bar, opção para quem prefere ficar nos petiscos e nos drinques. Quanto aos restaurantes, um deles é The Lounge, local onde geralmente pode-se saborear o delicioso café da manhã à la carte, com opções de verdadeiros breaksfasts americanos e chineses. Há ainda sugestões mais leves, com muffins de blueberry (uma tentação!), e outros pães e geleias francesas, chá inglês (servido com leite, claro) e o doce chocolate quente, acompanhado de marshmallow. No mesmo local é servido almoço e jantar ao som do piano ao vivo.

O tradicional restaurante cantonês é o Lung King Heen, com suas mesas redondas e prato giratório ao centro, pois, como é tradicional naquele país, bom mesmo é compartilhar os pratos. Já o Caprice é o restaurante francês. Logo na entrada, um grande lustre de cristal dá as boas-vindas ao visitante, juntamente com a vista da janela: de tirar o fôlego! Além de almoço e jantar, o Caprice oferece um bar anexo e lounge para drinques, e sala privativa. A cozinha contemporânea do chef Vincent Thierry é inspirada em terra natal, com produtos trazidos da França, bem como uma variedade de ingredientes produzidos localmente. Já a parte de pâtisserie fica aos cuidados da criativa chef Marike van Beurden.

Os mini macarons são de dar água na boca! O sommelier Sebastien Allano é o responsável pelas larga seleção dos mil (!) rótulos de vinhos, provenientes em sua maioria da França. A carta, aliás, é dividida por região daquele país e de todos os outros fornecedores, como Itália, Alemanha, Eslovênia, Hungria, Líbano, Portugal, Espanha, Austrália, Chile, Argentina e, claro, da própria China.

Tanto o restaurante cantonês quanto o francês receberam três estrelas no guia Michelin Hong Kong Macau 2012. A quarta edição do guia premiou os dois restaurantes pelo terceiro ano consecutivo e o Four Seasons Hotel Hong Kong é o único no mundo que possui dois restaurantes três estrelas sob o mesmo teto!

Mais do que andar pelas ruas de Hong Kong, perfeita mesmo é a vista da Victoria Harbour à noite. Difícil é escolher se a vista é melhor de um lado ou do outro da ilha, principalmente quando as luzes dos imponentes skylines começam a acender. Eu já escolhi o meu lado favorito. Depois me diga você, caro leitor, de qual lado prefere estar ao entardecer!

Four Seasons Hotel Hong Kong 8, Finance Street, Central, Hong Kong, China