terça-feira, 24 de julho de 2012

Pequim, China

Grande Muralha da China se estende até os olhos perderem de vista

A decisão de atravessar o mundo para conhecer a China não é fácil. Já havia pensando em ir para a Austrália, conhecer suas praias, lugares bonitos e gente simpática, que também fica, literalmente, do outro lado mundo. Porém, nunca imaginei que passaria 30 dias na comunista China, com sua culinária nada convencional.

Nas minhas últimas férias contrariei qualquer expectativa e, quando me dei conta, estava fazendo as malas e embarcando para Xangai, uma das portas de entrada para o país. Primeiro destino seria uma província que nunca tinha ouvido falar. Chongqing, já ouviu? Este local, que não sabia existir, no enorme mapa do terceiro maior país do planeta, pasme!, é a maior província do mundo! Chongqing, no Centro Oeste da China, tem 37 milhões de habitantes.

Cidade Proibida, um dos passeios imperdíveis
 
Primeira parada - Pequim
O que tem para fazer em Pequim, ou Beijing, como dizem os chineses, capital da gigante China? Na cidade, escolhi o albergue a fim de ter companhia, comida internacional e banheiro ocidental. Isso porque a comida chinesa que estamos acostumados a comer no Brasil não é a mesma que é servida em Pequim. A que conhecemos só é encontrada na região do Cantão. Em Pequim, a comida é muito mais apimentada. Nem o McDonald’s se livra da pimenta. O único combo é o Big Mac, este igual no mundo inteiro. O prato mais famoso é o Pato de Pequim.

O banheiro também é diferente. O vaso é no chão e não como estamos acostumados. As mulheres precisam ficar de cócoras para fazer xixi, por exemplo. São poucos os locais adaptados, principalmente após a Olimpíada de 2008, quando o país recebeu centenas de milhares de turistas ocidentais para o evento esportivo.

Por ser a capital e destino de muitos turistas, em Pequim os ocidentais não chamam tanto a atenção como em Chongqing. No interior, os  moradores apontam os turistas nas ruas, por reconhecerem seus olhos amendoados. E conversam, puxam assunto e querem saber de onde você é, o que faz da China. De qualquer maneira, dificilmente um ocidental passa despercebido. A comunicação em Pequim é difícil. Poucas pessoas falam inglês, mas a mímica resolve. Principalmente porque os chineses têm boa vontade.

Fica a uma hora de Pequim a Grande Muralha da China, maior construção feita pelo homem que se extende por mais de oito mil quilômetros e teve como objetivo proteger o país durante a China Imperial. Na verdade, a Grande Muralha são diversas muralhas, construídas durante várias dinastias ao longo de dois milênios (começou em 221 a.C. e terminou no século 15, durante a Dinastia Ming).

É possível acessar a muralha em três pontos: Badaling, a 80 quilômetros de Pequim, o ponto mais perto e, portanto, mais cheio. Mutianyu fica a 100 quilômetros e é mais vazio. E Jinshanling está a quase três horas da cidade e é pra quem gosta de aventura! Para subir Mutianyu, a opção que escolhi, há como ir de escada ou pegar o teleférico, muito mais divertido e permite ao viajante apreciar o visual do alto.

Chegando lá, é surreal! A construção continua até os olhos perderem de vista, como se não tivesse fim! Andei, andei, sem parar. Na entrada, há um mapa com dicas do que poderá ser visto. Escolhi o lado esquerdo e andei, andei, sem parar. A altitude, somada ao frio do fim do outono,  além do vento que soprava, era de doer os ouvidos. Mas eu estava na Grande Muralha e o zumbido não me faria parar de andar, apreciar a paisagem e ouvir diálogos do mundo inteiro. E chinesas belíssimas posando para o fotógrafo durante ensaio de moda.

Se subir de teleférico é divertido, escorregar do alto em tobogans especiais, em alta velocidade, é diversão garantida! A descida leva uns 10 minutos e o carrinho lembra aqueles usados pelos personagens do filme “Jamaica Abaixo de Zero”. Na saída da Muralha, é a hora de apreciar a culinária. Como vai muitos turistas, eles economizam na pimenta.

A capital mais antiga do nosso calendário revela sítios e vestígios históricos e culturais, como o Palácio Imperial e o Palácio de Verão. Há ainda a Cidade Proibida e a Praça da Paz Celestial que, para chegar lá, é preciso passar por uma segurança que tem detetor de metais.

Ninho do Pássaro, palco da abertura da Olimpíada
Outro passeio divertido é o Ninho do Pássaro, palco da abertura dos Jogos Olimpícos de 2008. O local é aberto ao público e o visitante pode conhecer o lado de dentro.

O dinheiro chinês é o Renminbi ou RMB. Em novembro de 2011, um real era capaz de comprar 4 RMB. Hoje, diminuiu para 3 RMB. Mesmo assim é fácil se sentir rei no país. Para compras, o ideal é Yashow, um mercado enorme, como se fosse a matriz da rua 25 de março, o comércio popular de São Paulo. É possível encontrar de tudo. São sete andares com muita coisa, incluindo roupas e cacarecos de toda sorte, além de cosméticos e acessórios. O único porém é a origem do produto que, muitas vezes, é falsificado ou genérico.

Uma dica: jamais pague o preço que eles pedem. Jamais! Esse lugar é conhecido pela pechincha. Assim, reserve paciência e pechinche. Por  exemplo: uma calça custa, a princípio, 1.200 RMB. Mas pode chegar a 130 RMB.

Bem próximo, na Sanlintun, bairro das embaixadas, está o comércio de luxo, com grifes europeias e norte-americanas, como Lanvin, Alexaner McQuenn, Montblanc, Apple, Miu Miu, Balenciaga, Versace, Emporio Armani, Furla, Loubotin e outras, que provam que os chineses não estão brincando de serem consumistas.

Barraca onde é possível encontrar espetinhos de escorpião

Na estação de metrô Wang Fu Jing está a culinária esquisita de Pequim. Escopião, barata, lagartixa não são coisas que eles comem  normalmente. Vi até chineses se espantando com as iguarias. Mas provar, nem pensar!

Outro passeio interessante é o Temple of Heaven, um complexo de construções religiosas visitado por imperadores das dinastias Ming e Qing para cerimônias anuais de oração para o céu para boa colheita. Boa pedida para você também pedir o que quer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário