Em Reims, Praça Drouet, onde restaurantes disputam atenção dos visitantes |
Em uma das minhas idas e vindas a Paris, decidi conhecer a região de Champagne, com visita a uma das inúmeras caves que aceitam passeios de turistas. A partir de Paris, comprei passagens (cerca de 30 euros por trecho) de trem (TGV), saindo da Gare de l’Est, e, em menos de uma hora depois, desembarcava em Reims. O trajeto também pode ser feito de carro, percurso no qual o turista pode ir parando no caminho. Nesse caso, são 150 quilômetros de Paris.
É em Champagne, esta região localizada no noroeste da França, o local onde se produz a bebida de mesmo nome feita a partir do vinho e cheia de borbulhas perfeita para comemorações. Se não for fabricada aqui, ela vai ter outro nome, que pode variar, por exemplo, entre prosecco, espumante, cava, sidra e assim por diante.
O nome correto da região é Champagne-Ardenne. Uma lei de 1927 delimita a área de produção controlada (Appellation d’Origine Contrôlée - AOC), que compreende 34 mil hectares em cinco sub-regiões: Marne, Aube, Aisne, Haute-Marne e Seine-et-Marne, que produzem as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. O tesouro, porém, é guardado sob toda a terra na qual se pisa. Isso porque é no subsolo que estão as caves dos grandes e dos pequenos produtores de champanhe. Ao todo, são 250 quilômetros (150 km só em Reims) de caves e galerias que guardam as 300 milhões de garrafas produzidas por ano. Só a França consome 180 milhões delas. O restante segue para o mundo. O Brasil, aliás, já é um dos consumidores assíduos da bebida.
Catedral Notre-Dame de Reims |
Na rua principal, diversos restaurantes colocam suas mesas nas calçadas durante a primavera e o verão europeu a fim de disputar as atenções dos turistas. Há ainda parque de diversões para entreter as crianças e galerias com inúmeras lojas, inclusive as que comercializam o bom champanhe, de diversas maisons.
Se tiver mais tempo em Reims, programa cultural não falta. Próximo à Catedral está o escritório de turismo da cidade. É um local confuso, sem muita informação, mas pelo menos há um guia de bolso com os endereços das maisons e dos principais pontos turísticos. Há museus, capelas e até mesmo caves para serem visitadas, já que quatro de seus monumentos são considerados Patrimônios Mundiais da Humanidade pela Unesco (Catedral Notre-Dame, Basílica Saint-Remi, Palácio do Tau e Museu Abbaye Saint-Remi).
Como a visita que havia agendado era na Moët & Chandon, localizada em Épernay, peguei um outro trem, com duração de menos de 20 minutos. O tíquete, que custa 6 euros, pode ser comprado na própria estação, inclusive nos terminais eletrônicos, com ajuda do cartão de crédito.
Visitante tem a oportunidade de conhecer como ficam armazenadas as garrafas de champanhe |
Épernay fica ao sul, no Vale do Marne. Aqui, a avenida principal não poderia ter outro nome, senão Avenue de Champagne. Além da Moët & Chandon, estão também em Épernay Bollinger, Perrier-Jouët, Mercier, Pol Roger. Já em Reims, podem ser visitadas a Veuve Clicquot Ponsardin, Piper Heidsieck, Pommery, G.H. Mumm, Taittinger, Lanson, Ruinart, Ayala, Deutz e outros produtores.
Antes de visitar a cave (que é preciso agendar com antecedência), aproveitei para dar um passeio a pé pelo centrinho, e comer algo, já que a visita geralmente inclui degustação. Como saí cedo de casa, comi uma baguete comprada na boulangerie da praça.
O agendamento foi feito para o grupo com guia que falaria francês, mas, para minha surpresa, o guia também falava português, embora os outros visitantes preferissem o idioma nativo. Sendo assim, tirei uma dúvida ou outra com o especialista durante o passeio que conta a história de duas famílias: Moët e Chandon.
Criada no século 18, Moët & Chandon é atualmente proprietária de um território rural que cobre mais de mil hectares, e suas caves possuem a maior extensão de toda a região de Champagne. Durante o passeio, o visitante anda por seus corredores e conhece o local onde as garrafas descansam antes de ficarem prontas até serem levadas para o mercado nacional ou exportadas. Ao fundo, trancada com correntes e cadeado, há um dos primeiros exemplares da bebida. O preço? Impagável, disse o guia.
Edição especial de Dom Pérignon |
Durante o passeio, se bater uma sede, procure por um local onde vende a bebida produzida ali mesmo! Você não vai se arrepender!
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