Em 2008, foram mais de quatro milhões de visitantes. A alta temporada vai de dezembro a maio, ou seja, quando é frio no hemisfério norte. Na baixa temporada, os turistas vêm da América do Sul, principalmente da Argentina, do Chile e do Brasil. De outubro a abril acontece a temporada de cruzeiros.
Para os brasileiros, não são necessários vistos, a não ser o que se compra na chegada ao aeroporto. O cartão de turista permite a permanência de 30 dias e custa 10 dólares ou 10 euros, e deve ser pago em espécie.
Para chegar está mais fácil, embora não existam voos diretos. Isso porque a Avianca, companhia aérea colombiana, faz o trajeto via Bogotá: são 5h30 e depois mais 2h10 até Santo Domingo, cidade que possui uma hora de diferença no fuso em relação a Brasília.
A primeira parada deve ser Santo Domingo, a capital. Isso porque, além do atrativo natural, já que a cidade é banhada pelo mar de cor dégradé, suas antigas ruas respiram história – foi a primeira cidade a ser descoberta na América por Cristóvão Colombo. Seus hotéis cinco estrelas e cassinos são os atrativos para os estrangeiros.
Achando que estava no caminho das Índias, o navegador espanhol aportou sua nau por aqui em 1492. Localizado na ilha Hispaniola, na América Central, o país ocupa dois terços da ilha e faz fronteira com o Haiti a oeste; ao norte está o oceano Atlântico e, ao sul, o mar do Caribe.
Se Porto Rico começou com o reggaeton, a trilha sonora dominicana é o merengue e a bachata, ritmo romântico, que fala de amor. Salsa é para os cubanos. E nem pense em confundir!
Cidade antiga
A Zona Colonial de Santo Domingo – separada do restante da cidade por uma muralha construída para evitar invasões piratas – foi declarada em 1990 Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Lá está a Catedral Primada da América, que começou a ser construída em 1514 e foi finalizada em 1540. Embora a catedral ainda exista, hoje está maior do que era no passado, totalizando 14 capelas. Ao lado está a casa do cardeal, que, para chegar ao altar, precisa apenas passar por baixo de um túnel.
O primeiro hospital, que data de 1503, é San Nicolás de Bari. No entanto, em 1998, com a passagem do furacão George, as instalações viraram ruínas. Hoje, o local é cinematográfico e procurado para ser cenário de ensaios de moda devido à sua beleza.
Diz a lenda (e os dominicanos) que os restos mortais de Colombo estão aqui. Porém, os espanhóis garantem que eles foram para a Espanha.
Se a cana-de-açúcar, até 1975, era a primeira atividade econômica do país, hoje ela ocupa o quarto lugar. Em segundo lugar estão as remessas de pessoas que vivem fora e mandam seus rendimentos e, em terceiro, está a zona franca.
As ruas antigas de Santo Domingo contrastam com a frota atual de carros, principalmente os SUVs importados. Como não há fábricas de automóveis no país, todos vêm de fora, principalmente de marcas fabricadas nos Estados Unidos, no México, no Japão.
Além do rum, como o Brugal, bebida mais consumida no país, é o charuto o artigo mais procurado por seus visitantes, pois é feito artesanalmente. Na fábrica Cohiba, o charuteiro enrola 300 por dia e cada um pode custar RD$ 300. Em setembro, cada dólar era trocado por 36 pesos dominicanos.
Samaná
Ao norte do país está Santa Bárbara de Samaná, lugar ideal para quem busca ecoturismo. Um dos passeios imperdíveis é Salto el Limón, cachoeira com 40 metros de altura. Para chegar, o caminho não é fácil, mas recompensador. A partir do Rancho Ramona & Basílio, vai-se de cavalo e, depois de meia hora, há mais 15 minutos de caminhada em um terreno sinuoso e cheio de obstáculos. Um guia (já incluso no pacote que custa RD$ 1 mil, que dá direito ao transporte e almoço) ajuda no sobe e desce. Como o solo é de pedra e barro, às vezes se torna escorregadio. Por isso, é necessário ir com calçado antiderrapante (tênis ou papete resistente), calça (por conta do carrapato) e muito protetor solar. E nem se arrisque dispensar o guia: acredite, ele vai te ajudar!
A cachoeira é linda e a água fresca ajuda a aliviar o calor. Em seguida, vista a calça de novo e retorne, pois um delicioso e típico almoço será servido por Ramona.
Para se chegar à Isla dos Haitices, parque nacional próximo ao Pueblo Sanchez, é preciso pegar uma excursão de barco. Lá é possível ver o manguezal, as raízes aéreas, apreciar e ouvir a diversidade de pássaros, ver peixes, caranguejos, além de conhecer as cavernas San Gabriel, La Arena e La Línea.
Samaná é também reduto de baleias jubarte, que podem ser observadas entre janeiro e abril; depois, seguem para os mares frios do norte.
Outro passeio imperdível, o paraíso, como define o guia Prudencio Ferdinand, da Secretaria de Turismo do país, é a Isla Saona. De barco, o percurso dura uma hora, mas nem dá para notar o tempo, pois a animação é geral. Isso porque os turistas vão a bordo de um catamarã com rum e coca-cola à vontade e ao som dos ritmos caribenhos e passos ensaiados. No caminho, pausa para o mergulho na piscina natural.
Saona é, de fato, o paraíso. As águas quentes do mar do Caribe ajudam a embalar o dia e dominicanas preparadas com óleo de massagem oferecem demonstrações (ou tratamentos completos) à beira mar.
Resorts
Se a opção é luxo e exclusividade, há pelo menos duas opções. A primeira é a rede Bahia Príncipe. A unidade em Cayo Levantado é mais exclusiva, pois fica na ilha de mesmo nome e possui praia particular. Quem não é hóspede, pode usar a praia pública banhada pelas águas quentes e claras do Atlântico. Antes de chegar, quando o barco vai se aproximando, já é possível se deslumbrar com a paisagem exuberante e a coloração do mar: de perder o fôlego!
No Gran Bahia Príncipe Cayacoa, bem perto dali, o sistema é all inclusive, os quartos são amplos e, para se deslocar do quarto ao lobby, por exemplo, é necessário solicitar um carro porque é meio longinho. Acesso à internet no quarto não existe, e quem quiser aproveitar a rede wi-fi do lobby, basta desembolsar US$ 15 por 24 horas.
Outra opção de resort é a Casa de Campo, que fica ao sul, a duas horas de Santo Domingo, em La Romana. O hotel fica em uma propriedade de cerca de 30 quilômetros quadrados que inclui restaurantes, campos de golfe, marina, condomínio com 1.500 mansões (e mais 400 em construção) e Altos de Chavón, aldeia feita de pedra onde moram artistas em intercâmbio cultural.
Diz a história que Chavón foi construído a partir do pedido de Dominique Blude, uma milionária que tinha o sonho de ter uma cidade. O anfiteatro é um espetáculo à parte e a inauguração aconteceu em 1982 com show de Frank Sinatra e tem capacidade para cinco mil pessoas. É em Chavón também que está a capela San Estanislao, aberta 1979 com a presença de João Paulo II.
Como as distâncias são grandes, cada apartamento tem garagem para guardar o carrinho de golfe que cada hóspede recebe ao fazer o check-in. Com ele, é possível ir à praia Las Minitas e aproveitar a mordomia do serviço all inclusive que, aliás, não inclui o frigobar nem a internet, que custa US$ 15/dia e acesso no quarto.
Além de todo o conforto e sofisticação, é possível ainda desfrutar de tratamento do SPA, que tem espaço para meditação, massagens relaxantes, tratamentos corporais e faciais sempre pagos à parte.
Proprietário de um dos restaurantes e gerente-geral da Casa de Campo, o brasileiro Alberto Grau Neto chegou há dois anos e meio à República Dominicana e não quer nem saber de voltar. Ele conta que estão sendo investidos US$ 30 milhões na reforma do hotel e acredita que, em breve, os brasileiros vão conhecer além de Punta Cana. E vai valer a pena.
*A jornalista Tatianna Babadobulos viajou a convite da companhia aérea Avianca e do Ministério de Turismo da República Dominicana.
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