quinta-feira, 27 de maio de 2010

Enfim, Paris

Esta é a minha terceira vez em Paris, mas todas parecem ser a primeira, pois tem tanta coisa para fazer nesta cidade, então há sempre descobertas. Cheguei nesta manhã na capital francesa, mas ainda estou atrapalhada com o fuso horário, uma vez que aqui são cinco horas a frente do Brasil. Enquanto o sono não vem, vou contar um pouco do que fiz para chegar aqui!

A ideia de vir estudar em Paris martela a minha cabeça há um ano. Ah não, corta.

Foi a partir da última vez que estive em Paris, em 2007, que decidi que queria estudar francês. A ideia já me instigou na primeira vez, em 2002, uma vez que foi um pouco complicado me virar aqui só com o inglês. Afinal, a lenda é verdadeira: a maioria dos franceses tem aversão ao inglês, mas, posso garantir, que com bonjour, s'il vous plâit etc., nunca passei fome ou deixei de conhecer os lugares que eu queria.

Até procurei uma escola na ocasião quando voltei, mas os cursos para débutant (iniciante) eram apenas durante a tarde, e como eu já trabalhava, ficou inviável. No entanto, como voltei a Paris no final de 2007, comecei a pensar em estudar e tive a brilhante ideia de fazer as aulas particulares. Foi quando, em julho de 2008, conheci Cleide, minha professora, que me fez entender e amar o francês cada vez mais.

E foi também incentivada por ela, que a ideia de estudar francês em Paris veio me perseguindo há mais de ano. Isso porque as filhas dela já estudaram na Alliance Française e seria uma boa para eu aprender o idioma e aproveitar uma viagem na qual eu pudesse aplicar a língua no dia-a-dia.

Para isso, porém, era preciso tempo e dinheiro. Tentei vir a Paris no início de 2009, mas com o boom da crise financeira internacional meu chefe no jornal me aconselhou esperar e adiar o projeto para o segundo semestre. A gripe suína e o meu envolvimento em um projeto no trabalho me fizaram desistir da viagem. Desistir não, nunca, mas adiá-la.

Foi, portanto, no Ano Novo, quando eu tirei uns dias de férias na praia e fiz uma retrospectiva do que eu tinha feito por mim, mas também o que eu queria para a minha vida no próximo ano (as tais promessas de Ano Novo, manja?), me fez reascender a chama que dizia: do primeiro semestre não passa.

A partir de então, comecei a coletar informações, ver preços, juntar dinheiro, estudar ainda mais o idioma para eu dar continuidade ao projeto para que ele se tornasse realidade.

Depois de ver o curso na Alliance Française que eu queria fazer (três vezes por semana, três horas por dia para não sufocar) durante três semanas, procurar apartamentos em um lugar bacana da cidade, foi a vez de conversar com o chefe e mostrar a importância da viagem, a duração e, claro, que eu tinha dias de férias vencidas.

Demorou um pouco para encontrar o apartamento perfeito: ou era muito longe, ou muito caro, ou muito pequeno. O jeito foi ser maleável e, obviamente, uma vez que estamos falando da cidade mais cara do mundo, abrir a carteira.

O estúdio que aluguei via internet (com recomendação do site pela Cleide, bien sûr) é pequeno, tem 25 metros quadrados, mais ou menos, mas maior que o que eu tinha visto de 13... Mais caro que o de 36 no 12eme. Mas estou no Rive Gauche: depois que andei duas ruas, já avistei a Tour Eiffel.

Como comparou um amigo, estou nos Jardins, o bairro posh de São Paulo onde, aliás, as coisas no mercado (sim, aqueles mercadinhos de bairro que costumávamos ter antes da invasão da rede Pão de Açúcar etc.) são mais caras. Mas, como dizem, para tudo na vida há um preço.

Enfim, por aqui vou ficar 31 dias (e lá se vai o primeiro). Vamos ver se consigo contar um pouco do dia-a-dia em Paris.

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