sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Impressionismo: Paris e a modernidade

O Lago das Ninfeias, Harmonia Verde, de Claude Monet

Ao todo, 85 obras dos movimentos Impressionista e Pós-Impressionista vão ficar expostas até o dia 7 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo. A mostra “Impressionismo: Paris e a modernidade” é composta por quadros que vieram do Museu D’Orsay, de Paris, um dos mais importantes do mundo.

Esta é a primeira vez que o museu francês, que reúne importantes nomes como Claude Monet, Vincent Van Gogh, Édouard Manet, Paul Gauguin, Auguste Renoir, Toulouse-Lautrec, expõe parte de seu acervo em um país da América do Sul.

As obras traçam o recorte sobre o crescimento de Paris, a vida moderna, a fuga da cidade para o interior, além da cor e da luz do final do século 19. O nome do movimento foi escolhido a partir da obra “Impressão, Sol Nascente” (1872), de Claude Monet, que estava na primeira exposição pública de artistas em 1874. O termo, na verdade, saiu do artigo “A Exposição dos Impressionistas” escrito pelo crítico de arte Louis Leroy, no século 19, como um insulto aos artistas.

O Salão de Dança em Arles, de Van Gogh
A mostra, que ocupa todos os andares do CCBB, é dividida em diferentes seções: “Paris: a cidade moderna”, “A vida urbana e seus autores” e “Paris é uma festa”, além de “Fugir da cidade”, “Convite à viagem”, “Na Bretanha” e “A vida si­lenciosa”. Além das obras, há uma apresentação audiovisual, com narração do ator Antônio Abujamra, que conta a história dos artistas e de suas respectivas pinturas.

Presidente do Museu D’Orsay e do L’Orangerie, Guy Cogeval, comparou, no dia da abertura da mostra, sábado, 4, a organização da exposição à montagem de uma ópera. “É preciso organizar cantores, instrumentos, tudo até a hora que as cortinas se levantam.” Isso porque foi necessária uma grande operação para trazer os quadros, que atravessaram o Oceano Atlântico em diferentes voos.

Antes de os convidados apreciarem as estrelas do dia, foi feita apresentação de balé inspirada nas bailarinas de Degas e ao som do flautista retratado por Manet.

O projeto arquitetônico da mostra foi feito pela brasileira Virgínia Fienga, também responsável pela reforma realizada em 2011 no D’Orsay. É dela, por exemplo, a ideia de contrapor cores fortes nas paredes.

O Tocador de Pífaro, de Édouard Manet
Curadora da exposição, a francesa Caroline Mathieu explica que os visitantes poderão apreciar as obras mais célebres que representam o movimento. “Tenho a expectativa de que as obras possam sensibilizar cada um, além do compartilhamento desse mesmo prazer.” Ela diz que as obras foram escolhidas a partir de um tema e todos os quadros são todos os movimentos integrados em torno da cidade francesa. O mais importante, ainda segundo ela, é que as obras expostas vêm das salas do Museu D’Orsay e não de reservas técnicas. Para os que forem visitar o museu francês durante este período, ela diz que haverá um pedido de desculpas e a comunicação que o quadro está fora em razão de viagem.

Das 85 obras expostas, ela selecionou três de suas favoritas: “A Estação Saint-Lazare”, 1877, de Claude Monet; “O Tocador de Pífano”, 1866, de Édouard Manet; “O Salão de Dança em Arles”, 1888, de Van Gogh.

A organização está esperando mais de 600 mil visitantes em todos dias de exposição. No primeiro dia, compareceram mais de 10 mil pessoas, que ficaram até três horas na fila. Ao total, 16 mil já acompanharam a mostra.

Depois de ver os quadros e se emocionar com eles, aproveite para tomar um café lá mesmo. O prédio do CCBB remete ao início do século 20, onde funcionou uma das primeiras agências do Banco do Brasil, e tem assinatura do arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior. A arquitetura eclética mistura os diferentes estilos europeus que estavam em evidência na época, como neoclássico, art noveau, art déco. Uma aula de arte e história do começo ao fim da visita!

Museu D’Orsay
Museu funciona dentro da estação de trem D’Orsay, na margem es¬querda do Sena, criada em 1900, para a Exposi¬ção Universal. Desde 1986 foi aberto ao público e, em 25 anos, recebeu mais de 70 milhões de visitantes.

CCBB SP Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo, tel.: (11) 3113-3651
Funcionamento: de terça a domingo, sempre das 10h às 22h
Atendimento a grupos agendados: 7h às 10h
Entrada gratuita

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