A poucos passos da avenida des Champs-Élysées e do Arco do Triunfo, o restaurante Taillevent está instalando na antiga mansão do duque de Morny. O diretor Jean-Marie Ancher e o chef de cozinha Alain Soliveres, no comando desde 2002 – e o sexto chef desde 1946 –, recebem o cliente em um ambiente refi nado, repleto de madeira e obras de arte.
Especializada em vinhos, a casa hoje em dia pertence à família Gardinier e é comandada por três irmãos, cujo savoir-faire está ligado ao vinho e à gastronomia francesa. Fundado em 1946, o restaurante começou a ser gerenciado e desenvolvido pela família Vrinat, que se transformou em proprietários e parceiros com os negócios do vinho.
Além de ser uma das mecas da cozinha francesa, o restaurante é a testemunha privilegiada da cultura, economia e política parisiense.
Em 1948, o Taillevent recebeu a sua primeira estrela Michelin, conceituado e respeitado guia que norteia a qualidade gastronômica. A segunda veio pouco tempo depois, em 1954. A terceira permaneceu de 1973 até 2007. “Queremos a terceira estrela de volta, mas não ficamos pensando nisso. Sabemos que é necessária uma combinação de comida e serviço”, explica um dos sócios.
Cardápio
O menu degustação Saveurs et Découverte (sabores e descoberta) traz oito pratos sugeridos pelo chef Alain e custa 195 euros por pessoa. No cardápio, o alerta: “Nossas carnes bovinas são nascidas, criadas e abatidas na França”.
A carta de vinho é dividida por região: Alsácia, Bordeaux brancos e tintos, Borgonha brancos e tintos, Provence, Vale do Loire, Vale do Rhône e outras. Os vinhos internacionais estão na parte “vinhos do mundo”: Eslováquia, Espanha, África do Sul, Austrália, Suíça, Nova Zelândia, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Portugal e Líbano, sempre com a safra especificada.
Caso nenhum dos itens agrade ao cliente, o cardápio informa que há uma carta com outros 1.800 rótulos à disposição. Aqui, os preços partem de 28 euros, mas podem chegar a 1.800 euros. No livro, porém, o mais caro alcança o valor de 18 mil euros! Trata-se do Château Lafi te-Rothschild, safra 1846 (Bordeaux). Na adega, há três garrafas. “Eram quatro, mas, como o vinho evapora, mandamos para a fábrica e voltaram apenas três”, explica Pierre Bérot, responsável pela seleção dos vinhos no Groupe Taillevent.
Para saborear, desfi lam no cardápio carnes de cordeiro, pato, arroz de bezerro, filé bovino e outras. Como entrada, fois gras de pato, lagostinis, mil folhas de salmão defumado.
E como nenhum menu é completo se não tiver a sobremesa, as sugestões são Crêpe Suzette ao modo Taillevent, Mil Folhas, Fondante de maçã, torta de chocolate, sorvetes e sorbets. Tudo com aquela apresentação à francesa, de comer com os olhos!
Ambiente
O restaurante possui diversas salas. A Lamennais é um ambiente acolhedor, com obras de arte contemporânea e objetos de arte moderna, como os quadros de Naggar, as litografias originais de Friedlander e Piza. Já a sala Trianon apresenta mesas redondas, espaço luminoso.
Para um grupo de seis a 12 pessoas, Le Salon Guimet é intimista e o local onde o duque de Morny recebeu o imperador Napoleão III. Atualmente, o salão de estilo asiático é coberto de tapeçaria e laca vermelha, sinônimo de doador de vida e de prosperidade no pensamento asiático. Já o salão Saturne traz painéis de madeira da época de Louis XVI e funcionava o quarto do duque de Morny. A capacidade é de 10 a 36 pessoas.
Além do Taillevent, há dois meses a empresa inaugurou Les 110 de Taillevent, uma brasserie mais despojada e perfeita para um almoço rápido. Esta história, porém, fica para uma próxima vez em Paris.
Taillevent 15, rue Lamennais, Paris 8º arrondissement, tel.: (33) (0) 1 44 95 15 01
*A jornalista Tatiana Babadobulos viajou a Paris a convite do Comité Colbert
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