quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Natal - Rio Grande do Norte

(Publicado em dezembro de 1999)

Natal é conhecida como a Cidade do Sol, como a Cidade dos Bugues, mas prefere ser chamada simplesmente como está registrada: Natal. Sim, porque é a única cidade do Brasil na qual se deseja Feliz Natal o ano todo. E não é para menos. Se o turista procura sossego, aqui tem. Se procura diversão, tem também. Se procura sol, é o que mais tem. Se procura brisa para aliviar o calor, aqui não falta.

Localizada na ponta direita do Brasil, onde o mapa e, principalmente, o vento fazem a curva, Natal está ao norte de Recife, sudeste de Fortaleza e a 2.947 quilômetros de São Paulo.

Diversão para todo mundo
A temperatura varia de 28 a 30 graus e o sol brilha quase 300 dias por ano. A capital do Rio Grande do Norte possui cerca de 800 mil habitantes, distribuídos numa área de 172 quilômetros quadrados, e está sendo chamada de a Cancun brasileira pelo fato de existir uma variedade muito grande de praias belíssimas pela própria natureza.

O esporte favorito dos que vão à terra do sol está ligado ao mar e, principalmente, à areia. Com dunas e alto astral espalhados por toda parte, usam-se bugues para descê-las em ritmo acelerado.

Genipabu, localizada ao norte de Natal, na outra margem do Rio Potengi, é a capital das dunas. São 20 quilômetros quadrados de areia em permanente mutação. Ali rola de tudo um pouco: passeio de bugue e estripulias que envolvem pranchas, teleféricos, água e, claro, areia.

Outra diversão natalense é o esquibunda. Trata-se de um escorregador feito em conjunto do poder deslizante da duna à aerodinâmica das nádegas, em cima de uma prancha de madeira. O esporte é mais apreciado quando há água no final do percurso, porque o passeio termina num prazeroso tchibum. Se preferir imaginar que está deslizando uma onda no mar, basta descê-la em pé, como já estão praticando os nordestinos.

Há, também, uma variação aérea do esporte. Trata-se do Aerobunda, que nada mais é que uma cadeirinha pendurada a um cabo que liga uma margem à outra das lagoas Pitangui ou Jacumã. Quando estiver deslizando e chegar no meio, a hora da diversão chegou: basta se jogar e se deliciar com um banho de água doce. Aliás, se joga quem quiser, pois quem não sabe nadar também pode curtir: o aventureiro coloca um colete salva-vidas e espera por um guia local para apanhá-lo de barco.

A gastronomia é composta por frutos do mar e carne de sol. Há restaurantes distribuídos por toda a cidade, bem como estão também um grande número de pousadas e hotéis, principalmente na Via Costeira, um dos locais mais atraentes para projetos turísticos.

Mil opções de passeios
Dentre os passeios na cidade estão o Centro de Turismo, que funciona na antiga Casa de Detenção de Natal e abriga a Galeria de Arte Antiga e Contemporânea, com lojas de artesanato. Há também a Capitania das Artes, cujo prédio, restaurado pela Secretaria de Turismo (Sectur), reúne a beleza da arquitetura neoclássica e amplos vãos livres de arquitetura moderna.

O Forte dos Reis Magos, que fica na praia do Forte, foi construído sobre os recifes e é banhado pelo rio Potengi e pelo Oceano Atlântico. Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, o Forte é o marco inicial da história da cidade. Outro patrimônio é o Teatro Alberto Maranhão, cuja construção foi iniciada em 1818 e concluída apenas em 1904. Sua arquitetura neoclássica, contudo, encontra-se totalmente restaurada.

De praia em praia
A praia de Ponta Negra, em Natal, é um dos cartões postais mais conhecidos e é também famosa pelo Morro do Careca, a atração natural da cidade. Na praia da Pipa, litoral sul do Rio Grande do Norte, é possível ver golfinhos que se reproduzem e vivem lá. Ao lado está a praia do Amor, cujo ar de mistério e beleza lhe é conferido devido ao trecho rochoso e desértico que compõem o cenário.

No litoral norte, a praia da Redinha abriga a beleza do encontro das águas do rio Potengi com o mar. Fonte de inspiração de poetas e escritores, a partir de sua margem é possível avistar o Forte dos Reis Magos.

Em Piranji do Norte, a 30 quilômetros de Natal, está o maior cajueiro do mundo. Com mais de 100 anos, o cajueiro possui 8.400 metros quadrados e sua copa é capaz de fazer sombra em um estádio de futebol e dá, anualmente, 80 mil frutos. Feliz Natal!

Um pouco de história
Natal foi fundada por Manuel de Mascarenhas Homem, capitão-mor de Pernambuco, que chegou com o objetivo de construir um forte e uma cidade para assegurar a posse de Portugal e afastar os franceses que comerciavam com os índios potiguares.

Trampolim da vitória durante os anos em que serviu como base militar aliada durante a Segunda Guerra Mundial, com a missão de controlar as comunicações com o continente africano, 50 anos atrás Natal mal constava nos mapas. Documentos mostram que, 150 anos depois de oficialmente fundada, em uma missa que aconteceu no dia de Natal (sim, é por isso), a cidade era um lugarejo com 118 casebres. Entretanto, outros documentos atestam que a Fortaleza dos Reis Magos, no estuário do Rio Potengi, começou a ser construída em janeiro de 1598. Ou seja, quase dois anos antes da descoberta oficial.

Foi a chegada dos americanos, porém, que tornou a cidade conhecida. Isso porque algum cartógrafo do Pentágono calculou que, entre todas as terras do Brasil, Natal era a que ficava mais próxima da África (três horas nos aviões de hoje) e poderia ser uma posição estratégica. Foi nessa época, portanto, que surgiu o termo forró, corruptela do inglês for all, que era como eles chamavam os bailes de arrasta-pé que os militares realizavam para se integrar à comunidade. Entretanto, os historiadores contestam, alegando que o termo vem de forrobodó. Não importa a origem, o que vale é mais um ponto de como a cidade também é conhecida: a terra do forró.

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