terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ubatuba - São Paulo

(Publicada em dezembro de 2002)


Ubatuba para quem precisa!

Fugir de São Paulo em busca de sombra e água fresca não é difícil. O pior é ter de voltar!

O litoral Norte de São Paulo é o local onde estão as mais belas praias, com as águas mais limpas, as areias mais brancas e mais bem freqüentadas do Estado. É lá, a 229 quilômetros da capital (pelas rodovias Carvalho Pinto e Tamoios), que está Ubatuba, a última cidade paulista do litoral antes do Rio de Janeiro. São mais de 80 maravilhosas praias, de todos os tipos ao longo de 100 quilômetros de costa: praias de águas cristalinas, algumas ainda selvagens e outras com várias opções de atividades esportivas.

É principalmente por seu mar, que Ubatuba possui alguns dos melhores pontos de mergulho de São Paulo, reunindo águas calmas, claras e de temperatura agradável para mergulho livre ou autônomo (com cilindro).

Para estimular a prática desse esporte, o pesquisador Jacques-Yves Costeau ganhou na Ilha Anchieta, na praia do leste, a 10 metros de profundidade, uma homenagem em forma de estátua, com 1,80 metro de altura e 300 quilos. Desde que foi colocada, em 14 de setembro de 1997, a estátua atrai visitantes do mundo todo. A cidade, no entanto, não atrai apenas mergulhadores. Isso porque Ubatuba reúne diversas trilhas, parques e reservas ecológicas, sendo destino certo para muitos ecoturistas.

Cinco estrelas
Quem procura uma temporada repleta de sombra e água fresca, com serviço de primeira, Ubatuba reserva uma ótima opção. Localizado na praia das Toninhas, o Recanto das Toninhas é uma excelente dica para quem quer curtir o sol e a mordomia sem limites. O hotel, inclusive, foi selecionado para o Roteiros de Charme, associação hotéis que têm em comum o capricho na tarefa do bem receber e que estão localizados em lugares bonitos, construções de bom gosto e serviço de primeira.

A começar pela simpatia do pessoal, prontamente treinado para receber os hóspedes interessados em fugir do estresse e em busca de conforto e bem-estar. Logo na entrada do Recanto, os porteiros são muito simpáticos e, sem que o hóspede perceba a sua presença, o carregador de malas já se posiciona prontamente para carregá-las até o quarto. Sempre com um sorriso no rosto, ele faz todo o trajeto junto com os visitantes (do estacionamento ao quarto, passando pelo check-in).

Ao todo o Recanto das Toninhas possui dois restaurantes (um self-service e outro à la carte). No primeiro, as opções para o jantar, servido até às 23 horas, era arroz, filé mignon, purê de batatas, frango empanado e macarronada, além de um grande bufê de saladas emendado com o de sobremesas: pudim de leite, torta de limão, mousse de chocolate e diversos tipos de frutas. Na parede, uma grande tela assinada por Leslie Amaral. Tudo de muito bom gosto, não apenas no restaurante, mas em todas as dependências do hotel.

Apesar do ar-condicionado, frigobar, da TV por cabo e dos travesseiros extremamente macios, o sol já acordou e um dia de muitas atividades está previsto para os hóspedes do Recanto.

Há duas opções de quarto: com frente para a piscina e com frente para a praia. O primeiro modelo é bastante agradável, embora o barulho dos outros hóspedes na piscina atrapalhe um pouco o seu sono. Nada comparável com as obras, os carros e ônibus de São Paulo.

O café da manhã, servido até às 10 horas, oferece: pães, frios, iogurte, bolo de banana e de laranja, chá, seis sabores de sucos naturais e mais frutas frescas e bem cortadinhas. O café e o leite ficam por encargo dos garçons, que servem às mesas sempre quentinho e com aquela simpatia.

No caminho entre o restaurante e a praia, um Centro de Fitness à disposição. Nada mal para quem não consegue ficar longe da academia nem mesmo enquanto descansa. Ou para casos de emergências, visto que o apelido da cidade é “Ubachuva!”

Gibson, o monitor dos adultos no hotel, recebe os hóspedes com um sorriso de um lado ao outro do rosto e explica tudo o que o Centro oferece: sala de ginástica, esteira, bicicleta, aparelhos de musculação. “Tem mais pra cá.” Saunas seca e úmida, sala de massagem, estética facial, cabeleireiro, manicure e pedicure, duchas, vestiário masculino e feminino. A novidade fica por conta da ducha escocesa (espanhola), uma engenhoca com uma mangueira na ponta, responsável por um jato d’água forte e que começa a massagem, à distância, nos pés e sobe até as costas. “Depois de tudo isso, vocês estão prontos para voltar e enfrentar São Paulo”, brinca o monitor.

Direto pra praia!
Sim, muitas opções, mas a praia no quintal de casa já está pronta à nossa espera: guarda-sóis, cadeiras, música ambiente e serviço de primeira nas areias das Toninhas. Nem com o sol forte o simpático atendimento dos profissionais do hotel fica de fora. Enquanto os visitantes assistem ao vaivém das ondas, os garçons trazem bebidas e petiscos. Nas caixas acústicas, Bob Marley, Rolling Stones, The Doors, Legião Urbana...

As crianças têm diversão garantida com a companhia da monitora Kelly que, com muita paciência, faz castelos de areia e deixa os baixinhos longe de seus pais para que esses possam relaxar pelo menos por algum momento.

O almoço de sábado é reservado para a feijoada. Com esse calorão, nada melhor do que manjar e depois dar aquela relaxada. Enquanto os hóspedes descansam após a refeição nos confortáveis sofás da recepção, Gibson aparece novamente, mas desta vez com papéis e canetas em punho. Hora de participar da brincadeira, que bastava responder algumas perguntas e aguardar o resultado.

Na verdade, o objetivo era descobrir de quais comerciais pertenciam aqueles slogans. O vencedor, que errou apenas um entre 10 itens, poderia voltar para mais um fim de semana no hotel com tudo pago (não, caro leitor, não fui eu!).

A piscina, destino da maioria dos hóspedes na volta da praia, estava perfeita. Temperatura da água satisfatória, aquela musiquinha bacana e as espreguiçadeiras confortáveis.

Após o jantar, nada como uma voltinha pela praia para fazer a digestão. O luau, promovido pelo pessoal que participava de uma convenção, estava bastante animado: música ao vivo, colar havaiano e tochas espalhadas pela praia. Sob as estrelas e a lua crescente, o barulho maior ficou por conta das ondas no mar, mas algumas águas-vivas trazidas pela maré importunavam o meu passeio. Com medo de me queimar, corri para o salão de jogos, onde um casal se divertia no videokê enquanto eu tentava raciocinar com o tabuleiro de xadrez na minha frente. Lá se vai a Rainha. “Pelo amor de Deus, cessem essa música!” E o xeque-mate veio à tona!

Como nem tudo pode ser perfeito (mas que seja especial enquanto dure), o fim de semana acabou e a estrada que separa Ubatuba de São Paulo estava em nossa espera!

História de Ubatuba
Ubatuba, muito conhecida por suas belezas naturais, também foi palco de momentos marcantes da história brasileira. Os índios Tupinambás foram os primeiros habitantes da região. Excelentes canoeiros, eses índios viviam em paz com os índios do planalto até a chegada dos portugueses e franceses, que tentaram dominá-los, com o intuito de assegurar a posse da terra.

Os Tupinambás e Tupiniquins se organizaram formando a “Confederação dos Tamoios” (Tamoios é uma palavra de língua falada pelos Tupinambás e significa “o dono da Terra”) e passaram a enfrentar os portugueses. Os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega chegaram à região com a missão de pacificá-los. Na ocasião, Anchieta tornou-se prisioneiro dos mesmos, permanecendo por quatro meses.

Enquanto isso, o padre Manoel da Nóbrega voltava a São Vicente para finalizar o tratado denominado “Paz de Iperoig”, que seria firmado em 14 de setembro de 1563. Passados alguns anos, o governador-geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, tomou providências para colonizar a região, tendo enviado os primeiros moradores para garantir a posse da terra para a Coroa Portuguesa.

O povoado conseguiu sua emancipação político-administrativa e foi elevado à categoria de vila em 28 de outubro de 1637, com o nome de Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, tendo como fundador Jordão Albernaz Homem da Costa.

A situação só melhorou a partir de 1808 com a abertura dos portos, pois a família Real Portuguesa transferiu-se para o Brasil decretando a “Abertura dos Portos às Nações Amigas”, em 28 de janeiro de 1808. O comércio ganhou impulso com o café, inicialmente sendo cultivado no próprio município e enviado para o Rio de Janeiro. O café se expandiu para todo o Vale do Paraíba e Ubatuba passou a ser o grande porto exportador. A vila passou, em 1855, a categoria de cidade.

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